Casa de Dinamite, novo thriller político da premiada diretora Kathryn Bigelow, estreou recentemente na Netflix e rapidamente se tornou um dos filmes mais discutidos de 2025. Misturando tensão militar, dilemas morais e o medo permanente de uma guerra nuclear, a produção prende o espectador até o último minuto — e, ironicamente, é justamente o que não se vê no final que mais provoca debate.
Com um desfecho abrupto e sem respostas claras, o longa deixa em aberto as perguntas que dominaram as redes sociais desde a estreia: a bomba realmente atingiu Chicago? O presidente dos Estados Unidos ordenou um ataque de retaliação?
O roteirista Noah Oppenheim, em entrevista ao Decider, explicou por que escolheu encerrar a história dessa forma — e por que não pretende oferecer ao público nenhuma solução definitiva.
Um enredo em contagem regressiva

O filme começa em Fort Greely, no Alasca, onde o major Daniel Gonzalez (vivido por Anthony Ramos) e sua equipe monitoram o lançamento de um míssil de origem desconhecida. Inicialmente, acredita-se tratar de um teste militar inofensivo, mas logo a trajetória indica algo muito mais grave: o artefato está prestes a atingir o território continental americano, com previsão de impacto em Chicago em menos de vinte minutos.
Enquanto isso, em Washington, a capitã Olivia Walker (Rebecca Ferguson) coordena a sala de vigilância da Casa Branca. A tensão aumenta à medida que os oficiais de segurança — entre eles o general Anthony Brady (Tracy Letts), o secretário de Defesa Reid Baker (Jared Harris) e o assessor de segurança nacional interino Jake Baerington (Gabriel Basso) — tentam confirmar o ataque e buscar uma resposta.
Quando fica claro que o míssil é real, duas tentativas de interceptação são lançadas. Uma falha, e a outra erra o alvo por metros. A contagem regressiva continua, e o destino de milhões de pessoas depende agora de uma decisão que precisa ser tomada em minutos.
O presidente diante do impensável

A partir daí, Casa de Dinamite se divide em três perspectivas complementares: a dos militares, a dos conselheiros da Casa Branca e, finalmente, a do presidente dos Estados Unidos, interpretado por Idris Elba.
Em uma cena de forte simbolismo, o presidente é informado da ameaça enquanto participa de um evento com jovens atletas. Levado às pressas para o Air Force One, ele tenta compreender a gravidade da situação enquanto seus assessores o pressionam a decidir se deve ou não autorizar o uso de armas nucleares.
O secretário de Defesa, desesperado por não conseguir salvar a filha que vive em Chicago, comete suicídio. A assessora Olivia liga para o marido, quebrando o protocolo para se despedir da família. E o presidente, com o “nuclear football” nas mãos — a maleta que contém os códigos de lançamento —, lê o código de autorização, mas o filme corta antes que o público saiba o que ele escolheu.
A tela escurece, e o que resta é o som distante de sirenes e caças no ar. Em seguida, a imagem de Gonzalez ajoelhado diante de um céu amarelo-acinzentado encerra a história. O espectador fica sem saber se aquele tom é apenas o crepúsculo do Alasca ou o reflexo de uma explosão nuclear.
A decisão de deixar o público no escuro

Questionado sobre a escolha de um final sem respostas, Oppenheim foi direto: não há versões alternativas nem cenas cortadas que mostrem o que aconteceu depois dos créditos.
“Há duas perguntas centrais”, disse ele ao Decider. “A primeira é se o míssil realmente detona. A segunda é se o presidente decide responder com outro ataque. Eu tenho as respostas na minha cabeça, mas isso não é o que importa. O que queremos levantar é a questão: deveria uma única pessoa ter o poder de decidir o destino da humanidade, com tão pouco tempo e sob tamanha pressão?”
Para o roteirista, o suspense não está no desfecho, mas no processo. Ele explica que o filme foi pensado para causar desconforto e reflexão, e que o verdadeiro horror de Casa de Dinamite é a proximidade com a realidade.
“Independentemente do final que o público imagine, o horror já aconteceu”, afirmou. “Essas armas e protocolos existem de verdade, à espera de um comando. A questão é: estamos confortáveis em viver com isso?”
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