O mistério que sustentou o enredo de “Twin Peaks” por quase duas temporadas finalmente encontrou sua resposta em um episódio marcante. A revelação do assassino de Laura Palmer, figura central da trama e personificação da inocência perdida de uma pequena cidade norte-americana, expôs não apenas a identidade do culpado, mas também o lado mais sombrio e sobrenatural de um lugar onde nada era o que parecia.
Leland Palmer e a revelação mais dolorosa
Leland Palmer, o respeitado advogado e pai amoroso de Laura, foi revelado como o responsável por sua morte no episódio “Lonely Souls”, o sétimo da segunda temporada. No entanto, o assassinato não foi um simples ato humano de violência. Leland estava possuído desde a infância por Bob, um espírito maligno de origem interdimensional que se alimentava da dor humana. A série mostra esse momento de forma impactante quando o rosto de Leland se transforma no de Bob antes de assassinar brutalmente Maddy, prima idêntica de Laura.
A descoberta chocou não só os personagens, mas também o público e o próprio elenco. Ray Wise, intérprete de Leland, chegou a dizer em entrevistas que, como pai de uma filha pequena na época, teve dificuldades em aceitar que seu personagem seria o assassino da própria filha.
Um labirinto de suspeitos
Antes da chocante revelação, “Twin Peaks” ofereceu uma série de pistas falsas, mantendo o público e os personagens constantemente em alerta. Bobby Briggs, namorado oficial de Laura, foi um dos primeiros a ser investigado por seu comportamento explosivo e envolvimento com drogas. James Hurley, com quem Laura mantinha um relacionamento secreto, também entrou na mira das investigações.
Outros nomes suspeitos surgiram ao longo da trama, como Harold Smith, o amigo recluso de Laura que guardava seu diário secreto, e o excêntrico Dr. Jacoby, terapeuta da jovem, cuja conduta ética era, no mínimo, questionável. A conexão de Laura com o submundo da cidade também trouxe à tona figuras como os irmãos Renault, o violento Leo Johnson e o empresário Ben Horne, todos ligados ao bordel e cassino One-Eyed Jack’s.
A presença do sobrenatural
O assassinato de Laura Palmer revelou-se apenas a superfície de um enredo muito mais complexo e místico. “Twin Peaks” evoluiu de um drama policial para uma história profundamente entrelaçada com o sobrenatural. O FBI envia o agente Dale Cooper para investigar o crime, e sua abertura à espiritualidade e símbolos ocultos o transforma na figura ideal para desvendar os mistérios escondidos nas florestas da cidade.
Com o tempo, Cooper descobre a existência de dois reinos interdimensionais: a White Lodge e a Black Lodge. Esta última abriga entidades como Bob e Mike, espíritos que manipulam o mundo físico a partir de suas dimensões surreais, onde o tempo e a lógica se curvam a regras desconhecidas. Mike, inicialmente aliado de Bob, se torna um espírito redimido após se livrar do braço onde carregava a tatuagem símbolo do mal, braço este que ganha vida própria em temporadas posteriores.
Uma cidade marcada pela dor
A morte de Laura Palmer não foi apenas um crime hediondo, mas também um catalisador para o desvelar da podridão por trás da fachada idílica de Twin Peaks. A cidade, com seus cafés acolhedores e florestas enigmáticas, esconde uma rede de corrupção, violência e forças malignas que afetam diretamente seus habitantes.
Laura, que em vida lidava com abusos e conflitos internos, torna-se em morte um símbolo da batalha entre luz e trevas que permeia toda a série. Sua trajetória, assim como a de seu pai possuído, revela como o mal pode se infiltrar nas figuras mais improváveis, abalando profundamente a estrutura familiar e comunitária.
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