J. Robert Oppenheimer, figura central do filme Oppenheimer de Christopher Nolan, faleceu em 21 de fevereiro de 1967, aos 62 anos, após uma batalha contra o câncer na garganta. A produção de Nolan, que estreia na Netflix no próximo dia 7 de julho, opta por encerrar a narrativa muito antes da morte do físico, deixando de retratar seus últimos anos em vida. A decisão, embora incomum em cinebiografias, parece intencional: o diretor escolheu concentrar-se no simbolismo de um homem que já havia, metaforicamente, se transformado em morte após liderar a criação da bomba atômica.
A luta contra o câncer e o fim em Princeton
O diagnóstico de câncer de garganta veio em 1965, e desde então Oppenheimer se submeteu a diversos tratamentos. Passou por uma cirurgia agressiva, além de sessões de quimioterapia e radioterapia. Nenhuma das tentativas conseguiu reverter o avanço da doença. Ele entrou em coma em 18 de fevereiro de 1967 e faleceu três dias depois, em sua casa em Princeton, Nova Jersey.
Apesar das especulações de que sua condição estivesse ligada à exposição à radiação durante os testes nucleares, como o célebre experimento Trinity em Los Alamos, especialistas apontam que a causa mais plausível de seu câncer foi seu hábito intenso de fumar. Curiosamente, o filme de Nolan omite que dois cientistas que trabalharam no mesmo projeto morreram de envenenamento por radiação, fato que ainda hoje alimenta debates sobre os riscos enfrentados por quem esteve diretamente envolvido nos testes atômicos.
O pós-guerra e a perda de influência política
Oppenheimer viveu os anos posteriores ao fim da Segunda Guerra Mundial com um sentimento crescente de arrependimento. Embora fosse considerado um dos maiores físicos teóricos de sua geração, sua reputação foi manchada após as audiências de segurança realizadas em 1954, que resultaram na revogação de sua autorização para atuar em áreas governamentais sensíveis. Na prática, ele foi afastado do debate político-científico que ajudou a moldar.
Mesmo sem poder formal, continuou a dar aulas, escrever e se posicionar criticamente sobre o uso político da ciência. Em 1963, quatro anos antes de sua morte, recebeu a Medalha Enrico Fermi, concedida pelo presidente Lyndon B. Johnson, em um gesto tardio de reabilitação simbólica.
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