O filme Alien: Romulus, dirigido por Fede Álvarez, se apresenta inicialmente como uma volta às origens da franquia Alien. No entanto, ao mergulhar mais fundo na trama, percebe-se que o longa estabelece conexões surpreendentes com duas produções anteriores da série: Alien: Resurrection e Prometheus.
Alien: Romulus se situa cronologicamente entre os dois primeiros filmes da franquia e explora eventos que se desenrolam em uma estação espacial abandonada. Os cientistas dessa estação recuperam restos do xenomorfo do U.S.S. Nostromo, desencadeando o surgimento de novos facehuggers e xenomorfos, que começam a caçar os personagens principais do filme.
Quais as conexões de Alien: Romulus com Prometheus e Resurrection?
Em uma entrevista recente, Álvarez compartilhou algumas ideias sobre as conexões de Alien: Romulus com os filmes anteriores da franquia. De forma curiosa, ele revelou que a conexão com Alien: Resurrection, que envolve um híbrido humano-xenomorfo, só se tornou evidente para ele quando seu filho apontou a semelhança durante a estreia do filme. Contudo, a relação com os Engenheiros de Prometheus foi uma escolha deliberada do diretor, visando estabelecer uma ponte entre os filmes prequels e os originais da franquia. O híbrido que aparece em Romulus é fruto dessa intenção de conectar o legado dos Engenheiros com a mitologia do xenomorfo.
No filme, o uso da substância conhecida como “black goo”, introduzida em Prometheus, é central para a narrativa. Essa substância, que é a origem de toda a vida e particularmente dos xenomorfos, também desempenha um papel crucial em Alien: Romulus. A tripulação da estação espacial tenta sintetizar essa substância para criar o “humano perfeito”, o que resulta, ironicamente, em um novo surto de facehuggers e xenomorfos. Além disso, uma das personagens principais, Kay, interpretada por Isabella Merced, injeta-se com a substância para evitar sua morte iminente, transformando seu bebê em um híbrido mortal de humano e xenomorfo, semelhante aos Engenheiros de Prometheus.
Esse híbrido, no entanto, rapidamente se torna uma ameaça, drenando o sangue de Kay para acelerar seu crescimento. A tentativa de Rain, interpretada por Cailee Spaeny, de ejetar a criatura da nave culmina em uma cena que faz referência direta à sequência de abertura de Prometheus, onde o rosto do híbrido começa a derreter.
Com Alien: Romulus, Álvarez e Sayagues finalmente conectaram de forma mais concreta os filmes prequels com os originais da franquia, algo que ficou em aberto após o final de Alien: Covenant. Embora ainda existam muitas questões não resolvidas, como o destino de David e Daniels, o filme oferece uma explicação mais profunda sobre a natureza do “black goo” e o interesse da Weyland-Yutani em sua utilização. Dessa forma, Alien: Romulus cumpre a promessa de integrar elementos de Prometheus e Resurrection, enriquecendo ainda mais o vasto universo da franquia Alien.
