A história de The Handmaid’s Tale começa e termina com June Osborne, mas os caminhos tomados por ela no livro de Margaret Atwood e na série da Hulu divergem de forma significativa. Lançado em 1985, o romance original encerra o arco de Offred de maneira enigmática e abrupta. Quatro décadas depois, a adaptação televisiva levou a personagem por um caminho muito mais extenso, com seis temporadas que exploram as consequências e desdobramentos do regime de Gilead muito além do material original.
O fim do livro coincide com o fim da primeira temporada
O encerramento da primeira temporada da série é, na prática, o final do livro de Atwood. Após engravidar de Nick e correr risco nas mãos dos Waterford, June é levada por um grupo não identificado. Assim como no livro, o destino de Offred permanece incerto naquele momento. O livro termina com a icônica frase “E assim eu subo, na escuridão dentro; ou então, a luz”, deixando o desfecho aberto à interpretação.
Enquanto o romance termina aí, a série escolhe continuar a narrativa. June volta a Gilead, foge, é recapturada e vive uma montanha-russa emocional e política ao longo de seis temporadas. Isso transforma a série em algo mais do que uma adaptação: ela se torna uma expansão da obra original.
O final da série revisita as origens, mas também avança
No último episódio da sexta temporada, a série faz um retorno simbólico ao início. June está novamente na casa dos Waterford, agora em ruínas. A cena carrega ecos do primeiro episódio e do próprio livro, incluindo detalhes como a inscrição “Nolite te bastardes carborundorum” ainda visível no armário.
Mais do que isso, June grava sua história, emulando um momento crucial do livro. Em The Handmaid’s Tale, Offred registra sua experiência em fitas cassete que seriam descobertas séculos depois. A série recria essa ação como uma maneira de honrar o legado do livro, conectando de forma sutil o ponto de partida e de chegada da personagem.
A série omite uma parte essencial do livro
Um aspecto importante do final literário de The Handmaid’s Tale que não aparece na série é o epílogo intitulado “Notas Históricas”. Esse trecho se passa no ano de 2195, em um simpósio acadêmico que discute os vestígios de Gilead e analisa os registros deixados por Offred. A revelação mais significativa é que Gilead caiu, e a sociedade voltou a um estado de normalidade — embora ainda permeado por traços de machismo institucional.
Esse epílogo não apenas fornece uma conclusão para a distopia, mas também provoca reflexões sobre como a história é contada e interpretada. A série, por enquanto, optou por não avançar nesse terreno, embora uma nova produção, The Testaments, deva explorar o futuro de Gilead, como já fez o livro homônimo lançado por Atwood em 2019.
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The Handmaid’s Tale se passa em uma sociedade distópica chamada Gilead, onde um regime teocrático toma o controle dos Estados Unidos. Neste sistema opressor, as mulheres são privadas de seus direitos, e aquelas que ainda podem conceber são forçadas a se tornarem Aias, servindo as famílias da elite com o propósito de gerar filhos. A trama acompanha June Osborne, uma dessas Aias, enquanto ela luta para sobreviver e manter a esperança de reencontrar sua filha, separada dela ao ser capturada pelo regime.
Ao longo da série, June busca aliados dentro e fora de Gilead para resistir e expor as atrocidades cometidas pelo regime. Entre abusos e traições, ela desenvolve uma relação complexa com Serena Joy e Nick Blaine, personagens que desafiam o sistema de diferentes formas. The Handmaid’s Tale oferece um retrato poderoso de sobrevivência, esperança e resistência em meio à brutalidade, explorando questões de liberdade, identidade e poder em uma sociedade que corrompeu a moralidade em nome da ordem.
Você pode assistir a The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia) no Disney Plus ou no Paramount Plus.