A terceira temporada de Yellowjackets vem mergulhando cada vez mais fundo na psicologia dos seus personagens, e o nono episódio marca um dos momentos mais impactantes da série até aqui: a morte de Van Palmer (Lauren Ambrose), assassinada por Melissa (Hilary Swank). A perda de uma das figuras mais queridas pelos fãs não é apenas um choque narrativo, mas também uma peça essencial na engrenagem simbólica que a série constrói desde seu início — onde passado e presente se entrelaçam com traumas, segredos e sacrifícios.
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A morte de Van: Melissa assume quem realmente é
A responsável pelo assassinato de Van é Melissa, uma personagem que até então vinha oscilando entre uma aparente estabilidade e o peso de um passado sombrio. Durante o confronto entre as duas, Van hesita, refletindo sua luta interna contra a possibilidade de cometer um assassinato como forma de se manter viva por mais tempo — uma esperança vaga contra o avanço do câncer.
Mas para Melissa, não há hesitação. Ao apunhalar Van, ela verbaliza uma das frases mais enigmáticas do episódio: “Não é isso que Ele quer?”, em referência direta à entidade simbólica da floresta, conhecida apenas como It. Nesse momento, Melissa deixa de lado o papel de mãe exemplar ou cidadã recuperada e retorna à essência de quem ela foi na floresta: alguém capaz de tudo para sobreviver — até mesmo matar uma amiga.
A visão no avião: Van e o destino inevitável
No instante em que Van começa a sangrar até a morte, ela tem uma visão marcante: está dentro de um avião ao lado de sua versão adolescente (vivida por Liv Hewson). Essa cena dialoga diretamente com o padrão estabelecido pela série, em que personagens prestes a morrer têm experiências espirituais que remetem ao trauma coletivo do grupo.
A jovem Van revela: “Não foi minha escolha. É assim que a nossa história termina.” Essa fala reforça a ideia de que os destinos dos Yellowjackets já estão traçados, como se houvesse uma força superior — ou a própria floresta — ditando o rumo de cada sobrevivente.
Ainda assim, o episódio sugere que “sobreviver nunca foi a recompensa”, insinuando que há algo além da morte. Talvez um reencontro no pós-vida, onde todas as peças quebradas possam, finalmente, ser reunidas.
O impacto da morte de Van nos outros sobreviventes
A morte de Van não afeta apenas a narrativa — ela muda tudo para os que ficaram. Taissa (Tawny Cypress), sua parceira mais íntima, encontra o corpo de Van e desaba em desespero. Esse momento ocorre logo após Van ter conseguido fazer com que a verdadeira Taissa reassumisse o controle sobre a sua mente, expulsando a persona sombria conhecida como “Outra Taissa”. A perda da mulher que amava será o combustível para o desejo de vingança contra Melissa — mas também um risco perigoso, pois ceder à fúria pode trazer de volta a versão sombria que Van tanto lutou para apagar.
Shauna (Melanie Lynskey), por sua vez, ainda que não tivesse um vínculo tão forte com Van, sentirá o peso da perda como parte do trauma coletivo. Sua tendência natural à violência pode levá-la a caçar Melissa, enquanto Misty (Christina Ricci), sempre a mais metódica e fria, provavelmente buscará formas alternativas — e talvez mais cruéis — de responsabilizá-la. O elo entre elas, já frágil, pode se romper ou se tornar ainda mais firme diante de uma ameaça comum.
O que a morte de Van representa para Yellowjackets
A eliminação de Van reforça a essência brutal de Yellowjackets: nenhum personagem está a salvo, e cada morte carrega uma carga emocional e simbólica profunda. Desde a primeira temporada, a série deixou claro que os sobreviventes não são apenas vítimas — muitos também são cúmplices, algozes ou até mesmo monstros disfarçados de gente comum. Com a saída de Van, a narrativa ganha novas camadas e aponta para uma quarta temporada ainda mais sombria.
Além disso, essa morte ressoa no arco de Melissa, que agora se afasta completamente da possibilidade de redenção. Ao matar Van, ela rompe o último fio que a ligava aos demais sobreviventes. Não há mais retorno possível — nem para ela, nem para o grupo.
Confira mais sobre a série
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Ruptura (Severance) é uma série de suspense psicológico que explora os limites do controle corporativo e da identidade humana. A trama acompanha Mark Scout (Adam Scott), um funcionário da Lumen Industries que se submete a um procedimento chamado “ruptura”, que separa cirurgicamente as memórias relacionadas ao trabalho das memórias pessoais. Durante o expediente, Mark e seus colegas não têm nenhuma lembrança de suas vidas fora da empresa, enquanto suas versões “externas” desconhecem completamente o que fazem no trabalho.
À medida que eventos misteriosos começam a ocorrer, Mark descobre inconsistências perturbadoras que desafiam a lógica da separação. Ele se vê forçado a questionar as intenções da Lumen e os verdadeiros efeitos do procedimento de ruptura, enquanto tenta desvendar a verdade por trás da vida dupla que foi imposto a ele e aos outros funcionários.