Desde a primeira temporada de Succession, a grande pergunta que pairava sobre os espectadores era qual dos filhos de Logan Roy herdaria o império da Waystar Royco. No entanto, o maior truque da série foi fazer todos acreditarem que a empresa permaneceria sob controle da família. O final da quarta temporada subverteu completamente essas expectativas ao colocar Tom Wambsgans como CEO após a aquisição do conglomerado pela GoJo. Embora tenha sido um desfecho inesperado para muitos, a narrativa da série deu diversas pistas de que esse era o destino natural da trama.
Tom Wambsgans: de coadjuvante a peça-chave
Ao longo de Succession, Tom Wambsgans sempre foi um dos personagens mais intrigantes, mas raramente considerado um candidato real ao cargo de CEO. Durante as três primeiras temporadas, ele foi constantemente humilhado por Logan Roy e seus filhos, sendo tratado como um oportunista sem real poder ou influência. Contudo, a temporada final mostrou que Tom havia chegado ao seu limite e estava pronto para mudar seu destino.
A virada de Tom começou quando ele percebeu que sua posição dependia menos de sua conexão com a família Roy e mais da sua capacidade de se tornar útil para as forças externas que desejavam tomar o controle da Waystar. Ele entendeu o jogo corporativo melhor do que os filhos de Logan e soube posicionar-se como o candidato ideal para um cenário onde a família já não tinha mais a última palavra.
Matsson precisava de um CEO manipulável
O fator determinante para a escolha de Tom como CEO foi a necessidade de Lukas Matsson, o bilionário sueco por trás da GoJo, de ter um executivo americano para liderar a Waystar e acalmar o conselho da empresa após a aquisição. Matsson inicialmente considerou Shiv para o cargo, mas rapidamente descartou essa ideia ao perceber que ela era ambiciosa demais e poderia se tornar uma ameaça ao seu controle.
Foi a própria Shiv quem, sem querer, ajudou Matsson a enxergar Tom como a melhor opção. Em diversas conversas, ela descrevia o marido como alguém maleável, incapaz de desafiar verdadeiramente quem estivesse no poder. Esse perfil fez com que Tom se tornasse o fantoche ideal para Matsson: alguém disposto a executar ordens sem questionar e sem aspirações de liderança independente. A decisão de Matsson selou não apenas o destino de Tom, mas também o fim definitivo de seu casamento com Shiv.
A derrocada de Kendall e o papel de Shiv
O episódio final trouxe uma última oportunidade para os irmãos Roy impedirem que Tom assumisse o comando. Se Kendall, Shiv e Roman tivessem conseguido se unir, poderiam ter barrado o acordo e mantido a empresa sob controle familiar. Inicialmente, parecia que os três estavam prontos para seguir com essa estratégia, mas a dinâmica de poder entre eles acabou destruindo qualquer chance de sucesso.
Shiv, em especial, foi a peça-chave para a derrota de Kendall. Ela sempre viu o irmão como alguém perigoso e imprevisível, especialmente quando ele começava a demonstrar traços cada vez mais parecidos com os do pai. Ao perceber que dar poder a Kendall poderia ser um erro tão grande quanto permitir que Matsson assumisse o controle, Shiv preferiu aceitar a realidade e votar a favor do acordo com a GoJo. Sua decisão permitiu que Tom fosse nomeado CEO, garantindo que ela ainda tivesse um certo grau de influência sobre a empresa – mesmo que apenas como esposa do novo chefe.
Por que nenhum dos Roy foi escolhido?
Embora a trama tenha girado em torno da disputa entre os filhos de Logan pelo controle da Waystar, o próprio criador da série sempre deixou claro que nenhum deles estava realmente preparado para liderar. Logan resumiu essa realidade de forma brutal ao afirmar que seus filhos não eram “pessoas sérias”. Cada um deles tinha falhas estruturais que os impediam de assumir um papel de liderança de fato.
Kendall sempre se mostrou instável e excessivamente emocional, além de ter prejudicado sua própria reputação ao longo da série. Roman, por sua vez, nunca demonstrou ter a maturidade necessária para comandar uma empresa desse porte. Shiv, apesar de ser a mais politicamente habilidosa, subestimou Matsson e acabou sendo descartada antes mesmo de perceber o que estava acontecendo. No fim das contas, nenhum deles tinha o que era necessário para manter o legado do pai.
O significado da ascensão de Tom
A escolha de Tom como CEO não foi apenas um golpe de sorte para ele, mas sim um comentário afiado sobre o mundo corporativo. Ao contrário dos filhos de Logan, Tom sempre foi pragmático. Ele soube manipular as situações a seu favor, aceitou compromissos que os Roys jamais aceitariam e, acima de tudo, mostrou-se disposto a fazer o que fosse necessário para sobreviver.
O final de Succession reforça a ideia de que, no mundo real, as pessoas que chegam ao topo não são necessariamente as mais brilhantes ou talentosas, mas sim aquelas que sabem jogar o jogo do poder da maneira certa. Tom representa o típico executivo que sobrevive ao sistema corporativo ao não oferecer resistência e ao saber exatamente como se moldar às circunstâncias.
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