A série The Pitt conquistou o público em 2025 ao retratar com precisão implacável uma única jornada de trabalho em uma sala de emergência. Considerada uma das produções mais autênticas do ano, a série se destacou não apenas por sua abordagem crua da rotina hospitalar, mas também por uma decisão estética ousada: a ausência completa de trilha sonora.
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A escolha consciente de silêncio
O protagonista da série, Noah Wyle, revelou em entrevista ao programa Fresh Air, da NPR, que desde o início a equipe criativa decidiu eliminar qualquer tipo de música de fundo. A intenção era clara: remover os artifícios típicos da televisão para mergulhar o espectador em uma experiência mais realista e visceral. “Ao tirar a música, eliminamos o sinal de que você está assistindo a um programa e que deve se sentir triste ou animado porque os violinos ou a percussão estão dizendo isso”, afirmou o ator.
Essa decisão permitiu que os sons naturais do ambiente hospitalar — o bip das máquinas, o vocabulário técnico, o ritmo dos procedimentos — assumissem o papel da trilha sonora. As falas dos médicos, carregadas de urgência e precisão, tornam-se os elementos que conduzem a emoção do público.
A tensão nasce da competência
Em vez de conduzir sentimentos por meio de acordes musicais, The Pitt aposta na intensidade do diálogo e na confiança transmitida pelos personagens. “A forma como os médicos falam e se movimentam se torna o equivalente emocional de uma trilha”, explicou Wyle. A série não se preocupa em tornar o jargão compreensível ao público. O importante é mostrar que os profissionais sabem o que estão fazendo, o que reforça o que o ator chamou de “competency porn” — uma espécie de fascínio por ver pessoas extremamente habilidosas em ação.
Elenco treinado para a realidade
A autenticidade de The Pitt também se deve ao esforço do elenco em absorver conhecimento médico. Segundo Wyle, os atores passaram por treinamento rigoroso para incorporar a linguagem técnica e manipular objetos de cena com destreza. A produção buscou atores com formação teatral, capazes de memorizar grandes volumes de texto e realizar múltiplas tarefas simultaneamente, como fazer um procedimento enquanto recuam por um corredor.
Para reforçar a hierarquia natural de um ambiente hospitalar, o diretor e produtor executivo John Wells sugeriu que Wyle se mantivesse à parte do restante do elenco nos bastidores. “Ele me disse: ‘Não seja muito simpático com eles’. E me separou, fazendo com que eu almoçasse sozinho”, contou o ator. A ideia era criar no set a mesma estrutura de respeito e autoridade que existe em uma equipe médica real.
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