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Por que Saxon estava escondendo o livro de Chelsea no final da 3ª temporada de The White Lotus?

Saxon Ratliff, personagem vivido por Patrick Schwarzenegger, emerge como um dos protagonistas mais transformados da terceira temporada de The White Lotus. No entanto, apesar de sua jornada de autoconhecimento, ele escolhe ocultar parte dessa evolução de sua própria família. A atitude discreta diz muito não apenas sobre Saxon, mas também sobre a disfuncionalidade e os valores da elite retratada na série de Mike White.

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Saxon Ratliff: de playboy privilegiado a buscador espiritual

Por que Saxon estava escondendo o livro de Chelsea no final da 3ª temporada de The White Lotus?

Desde o episódio de estreia da terceira temporada, ambientada na Tailândia, Saxon parece encaixar-se perfeitamente no estereótipo do “filho de famoso”, mimado, rico e inconsequente — um típico nepo baby. Acompanhado pelos irmãos Piper e Lochlan, e pelos pais Tim e Victoria, Saxon inicialmente se apresenta como alguém que vive pelo prazer imediato: festas, poder e aparência.

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Mas o roteiro conduzido por Mike White guarda reviravoltas. Com o avanço da temporada, Saxon começa a questionar sua realidade — especialmente após conhecer Chelsea, uma figura que se mostra como o catalisador dessa transformação.

Chelsea: o ponto de virada na vida de Saxon

Chelsea não apenas confronta Saxon com verdades desconfortáveis, mas também oferece a ele ferramentas para trilhar um novo caminho. Ela o presenteia com livros de autoconhecimento e espiritualidade, como Comece Onde Você Está, de Pema Chödrön, abrindo espaço para que o jovem reflita sobre sua existência superficial.

É a primeira vez que alguém atravessa as defesas do personagem e o confronta de maneira honesta — sem rodeios nem interesses ocultos. O efeito é evidente: Saxon começa a mergulhar numa jornada silenciosa de transformação. Mas há um detalhe importante: ele esconde isso de sua família.

O peso do julgamento familiar

No episódio final, Piper flagra o irmão com um dos livros dados por Chelsea. Questionado, Saxon desconversa, preferindo evitar explicações. A cena evidencia que, apesar de estar dando os primeiros passos em direção a uma nova versão de si mesmo, ele ainda carrega vergonha — ou talvez medo — de ser julgado por aqueles que mais o conhecem (e que o moldaram).

A família Ratliff representa exatamente o tipo de núcleo que não valoriza espiritualidade ou introspecção. Ali, o que importa é manter as aparências, acumular status e evitar qualquer sinal de fragilidade. Diante disso, não surpreende que Saxon sinta a necessidade de proteger seu processo de mudança até que esteja pronto para assumir essa nova identidade.

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Uma transformação silenciosa, mas consistente

Por que Saxon estava escondendo o livro de Chelsea no final da 3ª temporada de The White Lotus?

A escolha de Saxon em esconder os livros não anula sua evolução — pelo contrário, reforça a profundidade da transformação. Ele ainda não se sente confortável em expor suas vulnerabilidades, mas também não nega mais a si mesmo o direito de buscá-las. Prova disso é que, no momento em que a família deixa o resort, ele está lendo um dos livros abertamente, à vista de todos, ainda que em um espaço relativamente seguro.

É um gesto simbólico: a espiritualidade não é mais algo que precisa ser ocultado. É um sinal de que ele começa a se libertar das expectativas familiares e sociais que o aprisionavam.

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Saxon é o mais preparado para o colapso da família Ratliff

O final da terceira temporada não mostra as reações imediatas da família à descoberta de que estão falidos e que Tim, o patriarca, está prestes a ser preso. Mas tudo indica que Saxon será o mais apto a lidar com o desastre. Sua recente conexão com Chelsea e o processo de autoconhecimento iniciam uma desconstrução interna que o distancia da superficialidade dos Ratliff.

Enquanto os demais ainda vivem de aparências, Saxon começa a aceitar a ideia de perder aquilo que antes definia seu valor: dinheiro, poder e status. Ele ainda trabalha na empresa do pai e certamente enfrentará dificuldades — mas, ao contrário dos demais, está desenvolvendo ferramentas internas para lidar com as adversidades.

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