Sandman, série da Netflix inspirada na icônica HQ de Neil Gaiman, encerrará sua trajetória com a segunda temporada. A decisão de concluir a história antes de uma eventual terceira leva de episódios não é fruto de uma simples estratégia de mercado, mas sim de um planejamento criativo elaborado ainda em 2022, quando a primeira temporada foi lançada.
Segundo os produtores, já naquele momento a equipe identificou que o material essencial da saga de Sonho — o personagem central interpretado por Tom Sturridge — poderia ser adaptado de forma coesa em apenas mais uma temporada. Dessa forma, o segundo ano de Sandman, dividido em duas partes, será o encerramento definitivo da série.
Foco narrativo limitou a continuidade da adaptação
Apesar de existirem muitos outros arcos nos quadrinhos originais, boa parte deles expande o universo por meio de personagens coadjuvantes e histórias paralelas. O showrunner Allan Heinberg destacou via X (antigo Twitter) que a série foi concebida para girar em torno da jornada de Sonho. Quando o grupo criativo revisou os volumes restantes da HQ, percebeu que o conteúdo relacionado diretamente ao protagonista não justificaria uma terceira temporada completa.
Ainda assim, a temporada final inclui episódios que se afastam temporariamente do eixo principal, como o capítulo dedicado à personagem Morte, irmã de Sonho, interpretada por Kirby Howell-Baptiste. Esse episódio especial se baseia na minissérie Death: The High Cost of Living, oferecendo uma despedida expandida ao universo criado por Gaiman.
Alegações contra Neil Gaiman não motivaram o fim da série
Embora a confirmação de que a segunda temporada seria a última tenha ocorrido no mesmo período em que vieram à tona denúncias de abuso sexual contra Neil Gaiman, fontes ligadas à produção garantem que os dois acontecimentos não estão conectados. Em julho de 2024, surgiram as primeiras acusações, seguidas por uma reportagem detalhada da revista Vulture em janeiro de 2025 — mês em que a Netflix oficializou o encerramento da série.
O produtor executivo David S. Goyer explicou que, à época das denúncias, as filmagens já estavam praticamente concluídas, faltando apenas cerca de três semanas de trabalho. Goyer afirmou que seria irresponsável ignorar o impacto das acusações, mas garantiu que a decisão de encerrar a série não foi motivada por elas. Ele também ressaltou que Gaiman teve uma participação significativamente menor na segunda temporada em comparação com a primeira, algo que, segundo ele, foi mera coincidência (via IndieWire).
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