No dia 9 de junho de 2019, o Brasil amanheceu em choque com a notícia do assassinato do jovem ator Rafael Miguel e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. Os três foram mortos a tiros em frente à casa da namorada de Rafael, Isabela Tibcherani, na zona sul de São Paulo. O autor dos disparos foi Paulo Cupertino Matias, pai de Isabela, que fugiu imediatamente após o crime e passou quase três anos foragido.
Rafael ficou conhecido por seu papel como Paçoca no remake da novela Chiquititas, mas a tragédia que vitimou sua família passou a ser lembrada como uma das histórias criminais mais emblemáticas do país. A série documental da HBO Max, O Assassinato do Ator Rafael Miguel, se aprofunda nas motivações que levaram Cupertino a cometer o triplo homicídio.
Controle, ciúmes e intolerância
As investigações e os depoimentos apresentados na série revelam que Paulo Cupertino mantinha uma relação de controle obsessivo sobre a filha, Isabela, então com 17 anos. Segundo relatos da própria jovem, ele era violento, autoritário e se opunha frontalmente ao namoro com Rafael. Isabela afirma ter vivido praticamente em cárcere privado durante meses, sendo vigiada constantemente e impedida de manter contato com o namorado.
Para Cupertino, o relacionamento da filha com Rafael era uma ameaça à sua autoridade e à imagem idealizada de uma família sob seu domínio. Ele acreditava que o ator representava uma influência negativa e via a aproximação entre os dois como uma afronta pessoal. A série sugere que sua motivação para o crime foi menos sobre Rafael em si e mais sobre o desejo de reafirmar seu controle sobre Isabela, demonstrando que era capaz de tudo para impor sua vontade.
Uma conversa que terminou em tragédia
Na tarde do crime, Rafael e seus pais decidiram acompanhar Isabela até a casa dela para tentar, pacificamente, conversar com Cupertino. A intenção era buscar algum tipo de reconciliação ou pelo menos entendimento sobre o namoro. O que parecia ser uma tentativa de diálogo terminou em tragédia. Sem chance de defesa, os três foram assassinados com 13 tiros.
A frieza e a premeditação do ato foram confirmadas durante as investigações. Cupertino chegou a sair armado de casa, ciente do que faria. O Ministério Público classificou o crime como triplo homicídio qualificado, destacando o motivo torpe e a impossibilidade de defesa das vítimas.
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