O filme Yesterday, dirigido por Danny Boyle e roteirizado por Richard Curtis, imagina um mundo onde os Beatles jamais existiram. Mesmo com essa premissa ousada, o longa não conta com participações de Paul McCartney e Ringo Starr, os dois únicos membros sobreviventes da lendária banda britânica. A ausência dos músicos, no entanto, não foi por falta de admiração ou convite, mas por razões artísticas e estratégicas ligadas ao desenvolvimento do roteiro.
Boyle e Curtis explicam a decisão
Segundo entrevista exclusiva concedida ao site Screen Rant, Danny Boyle e Richard Curtis revelaram que cogitaram incluir McCartney e Starr em participações especiais, mas decidiram não seguir adiante com a ideia. Curtis destacou que, em sua experiência como roteirista, muitas das cenas mais queridas acabam sendo cortadas durante a montagem. Inserir celebridades em tramas ficcionais pode ser problemático, principalmente quando a presença não se encaixa naturalmente no enredo. “Você corre o risco de transformar um ídolo em inimigo”, afirmou Curtis, referindo-se à possibilidade de filmar uma participação e depois excluí-la da versão final.
Boyle, por sua vez, lembrou que os Beatles até aparecem, de certa forma, em uma cena do The Late Late Show with James Corden, onde há uma sugestão visual de que Paul e Ringo estariam na plateia. No entanto, essa é uma referência sutil, longe de ser uma aparição oficial dos músicos.
Um tributo sem a presença física dos Beatles
Yesterday não busca apenas revisitar o repertório musical da banda de Liverpool. Ao colocar Jack Malik, personagem interpretado por Himesh Patel, em um mundo onde os Beatles nunca existiram, o filme transforma suas canções em algo novo para o público daquele universo. Sem concorrência, Jack se torna um astro ao reproduzir as composições históricas do grupo como se fossem suas.
Mesmo sem participações reais dos Beatles, a produção presta uma homenagem sensível e criativa ao legado da banda. Além disso, um momento chave do filme surpreende ao apresentar uma versão alternativa e envelhecida de John Lennon, interpretado por Robert Carlyle, em uma das cenas mais emotivas da história. Essa escolha narrativa acabou ocupando o espaço simbólico que, em outra abordagem, poderia ter sido reservado a McCartney ou Starr.
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