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Por que Melissa não matou Shauna no final da 3ª temporada de Yellowjackets

Melissa, uma das integrantes mais enigmáticas do grupo de sobreviventes em Yellowjackets, protagoniza um dos momentos mais tensos da terceira temporada ao hesitar em tirar a vida de Shauna. No último episódio da temporada, intitulado “Full Circle”, ela tem nas mãos a chance de matar aquela que muitos enxergam como a figura mais sombria entre as garotas presas na floresta. No entanto, no instante decisivo, ela recua.

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A atitude levanta uma série de questionamentos sobre sua verdadeira natureza, seus limites morais e o impacto psicológico do isolamento vivido pelas personagens. Afinal, por que Melissa, diante da oportunidade perfeita, decidiu não seguir adiante com o assassinato?

Melissa teve a chance de matar — e escolheu não ser como Shauna

Por que Melissa não matou Shauna no final da 3ª temporada de Yellowjackets

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Durante uma caçada em meio à floresta, Melissa consegue imobilizar Shauna e começa a estrangulá-la. A sequência é intensa e dá ao público a impressão de que a série está prestes a eliminar uma de suas protagonistas mais controversas. Mas, inesperadamente, Melissa afrouxa as mãos e permite que Shauna sobreviva.

Embora o roteiro já indique que Shauna permanece viva até pelo menos 2021, o que realmente importa aqui é a escolha moral feita por Melissa. Diferente de Shauna, que já demonstrou frieza e brutalidade ao longo da narrativa, Melissa carrega uma empatia que a impede de cruzar essa linha. O impulso de matar até poderia existir, mas ela não tem dentro de si a mesma escuridão que Shauna parece abrigar há muito tempo.

Shauna chama Melissa de “chata” — e expõe seus próprios medos

Logo após sobreviver ao ataque, Shauna reage com algo surpreendente: chama Melissa de “chata”. À primeira vista, pode parecer um insulto simplório ou até desproporcional ao que acabou de acontecer. Mas, dentro do contexto da personagem, a palavra carrega um peso simbólico.

Desde a adolescência, Shauna demonstrava insegurança por se sentir “sem graça” em comparação à amiga Jackie. A monotonia, para ela, era sinônimo de fracasso, de uma vida sem propósito ou intensidade. O medo de ser medíocre a acompanhou desde antes da queda do avião, e foi reforçado pelas escolhas que fez desde então. Na vida adulta, ironicamente, Shauna acaba vivendo exatamente a rotina que tanto temia: um cotidiano comum, sem brilho, distante dos sonhos universitários e literários que almejava.

Ao chamar Melissa de “chata”, Shauna projeta nela aquilo que mais abomina em si mesma. É uma tentativa de desviar o olhar da própria frustração, de transformar a empatia da outra em fraqueza — quando, na verdade, é essa compaixão que diferencia as duas.

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A hesitação de Melissa revela a última barreira da humanidade

Em meio ao caos psicológico e físico da floresta, Yellowjackets constantemente desafia seus personagens a ultrapassarem limites morais. Muitos já cruzaram essa linha — seja por sobrevivência, desespero ou puro instinto. A atitude de Melissa, no entanto, mostra que ainda existe espaço para a consciência e o autocontrole.

Ao não matar Shauna, Melissa não apenas salva uma vida — ela salva a si mesma. Ao manter-se fiel à sua natureza, ela preserva uma parte de sua humanidade que tantas outras personagens já perderam. Isso a torna “chata” para os olhos distorcidos de Shauna, mas pode ser, na verdade, seu maior ato de coragem.

Yellowjackets é uma série de drama e mistério que alterna entre dois períodos: o presente e 1996, quando um time de futebol feminino sofre um acidente de avião e fica preso em uma floresta remota. Enquanto as sobreviventes lutam pela vida, os eventos traumáticos do passado começam a assombrar suas vidas no presente. A série explora como a tragédia moldou as personalidades e os segredos sombrios que elas carregam. Com elementos de suspense psicológico, Yellowjackets investiga a deterioração social e emocional das personagens em meio a situações extremas.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.