No desfecho da sexta temporada de The Handmaid’s Tale, June Osborne toma uma decisão surpreendente: perdoa Serena Joy, a mulher que, por anos, foi uma das responsáveis diretas por seu sofrimento no regime opressor de Gilead. A escolha da protagonista não apenas encerra um ciclo pessoal de dor e resistência, mas também marca um dos momentos mais simbólicos de toda a série da Hulu, baseada na obra seminal de Margaret Atwood.
O reencontro e o perdão
June, interpretada por Elisabeth Moss, reencontra Serena (Yvonne Strahovski) após os eventos decisivos em Boston. Ambas devastadas por perdas e marcadas por cicatrizes profundas, se veem diante da oportunidade de encerrar suas histórias. Serena, agora mãe de Noah e em risco de ser enviada de volta a Gilead, admite, pela primeira vez, sua culpa no sofrimento que causou. Embora June afirme que Serena deveria sentir vergonha, ela escolhe perdoá-la.
Este perdão, no entanto, não é um gesto de absolvição simples. June não tenta minimizar o que aconteceu, tampouco sugere que Serena esteja isenta das consequências de seus atos. O que acontece é que, ao longo da temporada, a personagem passa por um processo de reconciliação consigo mesma e com figuras do passado, como sua mãe, Holly. Esse amadurecimento a leva a perceber que carregar ódio também é uma forma de prisão.
Serena: da opressora à sobrevivente
Serena Joy, inicialmente uma das arquitetas de Gilead, vê sua própria criação virar-se contra ela. Após escrever e defender ideais que resultaram na submissão feminina, ela acaba sendo vítima das mesmas regras que ajudou a impor. Com o tempo, percebe que nem mesmo sua posição privilegiada pode protegê-la.
A virada de Serena começa ainda na segunda temporada, quando tenta reformar o sistema de dentro e sofre punições severas, incluindo a amputação de um dedo. A maternidade, o luto e o exílio forçado a confrontam com a realidade de suas ações. Quando se vê no papel de uma fugitiva, exposta e vulnerável, suas escolhas começam a refletir um desejo real de reparação.
Na reta final da série, Serena denuncia planos estratégicos dos comandantes de Gilead à resistência liderada por June. Esse gesto, arriscado e decisivo, reforça que, mesmo com todos os erros do passado, Serena não é mais a mulher que foi no início da história.
A importância do simbolismo na cena final
A última conversa entre June e Serena se dá em um ambiente que remete diretamente ao início da série: um quarto simples, silencioso, à espera de um destino incerto. No passado, foi June quem aguardava ali, prestes a ser entregue a uma nova casa como aia. Agora, é Serena quem encara o desconhecido, com o filho nos braços e poucas garantias de segurança.
Esse paralelismo ressalta o arco narrativo das duas personagens. Serena, que já esteve no topo da hierarquia de Gilead, vive agora a mesma ansiedade e impotência que um dia impôs às outras. A decisão de June de ajudá-la não é apenas pessoal, mas também simbólica: ela quebra o ciclo de crueldade com um ato de compaixão.
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The Handmaid’s Tale se passa em uma sociedade distópica chamada Gilead, onde um regime teocrático toma o controle dos Estados Unidos. Neste sistema opressor, as mulheres são privadas de seus direitos, e aquelas que ainda podem conceber são forçadas a se tornarem Aias, servindo as famílias da elite com o propósito de gerar filhos. A trama acompanha June Osborne, uma dessas Aias, enquanto ela luta para sobreviver e manter a esperança de reencontrar sua filha, separada dela ao ser capturada pelo regime.
Ao longo da série, June busca aliados dentro e fora de Gilead para resistir e expor as atrocidades cometidas pelo regime. Entre abusos e traições, ela desenvolve uma relação complexa com Serena Joy e Nick Blaine, personagens que desafiam o sistema de diferentes formas. The Handmaid’s Tale oferece um retrato poderoso de sobrevivência, esperança e resistência em meio à brutalidade, explorando questões de liberdade, identidade e poder em uma sociedade que corrompeu a moralidade em nome da ordem.
Você pode assistir a The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia) no Disney Plus ou no Paramount Plus.
