No nono episódio da terceira temporada de Yellowjackets, Hannah (Ashley Sutton) toma uma atitude chocante e, até então, impensável: ela mata Kodiak (Joel McHale), um dos poucos personagens que ainda parecia ter algum senso de direção e propósito em meio ao caos da floresta. O ato, brutal e repentino, marca uma virada crucial não apenas na trajetória de Hannah, mas também na dinâmica de sobrevivência do grupo. Com motivações pessoais e pressões extremas, o crime não é apenas uma reação ao perigo — é uma adaptação ao novo mundo que as Yellowjackets criaram.
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Hannah matou Kodiak para salvar a própria vida — e conquistar a confiança do grupo
Hannah age movida por um instinto primitivo: o da autopreservação. Após Shauna (Sophie Nélisse) descobrir a faca que Natalie (Sophie Thatcher) havia passado para Hannah em segredo, as acusações recaem imediatamente sobre o casal que planejava fugir do acampamento. Com uma arma apontada para si, Hannah toma a iniciativa e acusa Kodiak de ser o responsável pelo plano, apunhalando-o no olho antes que ele consiga se defender.
O gesto, embora brutal, não é impulsivo. Hannah entende que, ao eliminar Kodiak, ela não apenas se livra da ameaça iminente de morte, como também se alinha aos valores distorcidos que agora regem a selva. Provar-se leal às Yellowjackets se tornou questão de sobrevivência, e ela está disposta a cruzar qualquer linha para garantir seu retorno à filha, Alex.
O desejo de ver a filha novamente pesa mais do que qualquer moral
Hannah não é uma personagem violenta por natureza, mas a série deixa claro: o amor por sua filha é sua maior motivação. Estar viva para reencontrá-la importa mais do que os meios. Ao matar Kodiak, ela não apenas elimina um possível delator, como também adquire uma arma silenciosa: agora carrega seus próprios segredos, tão sujos quanto os das Yellowjackets. Isso a torna cúmplice e parte do pacto de silêncio que une o grupo.
Mesmo Shauna, que até então parecia imune a choques, demonstra surpresa com o ato de Hannah. Ainda assim, o assassinato conquista seu respeito — ou ao menos sua tolerância. Para sobreviver ali, não basta apenas não atrapalhar. É preciso ser útil. E cruel.
As desconfianças em relação a Kodiak já existiam
Desde sua chegada, Kodiak nunca foi totalmente confiável aos olhos de Hannah e Edwin. Um dos primeiros sinais de alerta veio de algo aparentemente banal: o nome “Erik Cheong” costurado em sua mochila. O objeto levanta suspeitas de que Kodiak poderia ter matado alguém para sobreviver — um possível reflexo do tipo de escolha que, ironicamente, Hannah acaba fazendo mais tarde.
No episódio 9, quando confrontado por Hannah sobre a origem da mochila, Kodiak afirma tê-la comprado em um brechó. Mas naquele ponto, a dúvida já havia contaminado a relação entre eles. A explicação, verdadeira ou não, pouco importava. O ambiente havia se tornado hostil demais para confiar cegamente em alguém — especialmente alguém com uma história obscura e comportamento ambíguo.
Um fim brutal para um personagem promissor
Com a morte de Kodiak, chega ao fim a participação de Joel McHale na série, encerrando uma das trajetórias mais intrigantes e mal resolvidas da temporada. O guia, que no início parecia ser um farol de esperança em meio ao caos, se torna mais um corpo deixado pela trilha da insanidade. Seu assassinato é emblemático: não há espaço para inocência ou boa vontade em Yellowjackets — apenas para quem estiver disposto a jogar pelas regras do grupo, mesmo que elas incluam sangue.
Yellowjackets é uma série de drama e mistério que alterna entre dois períodos: o presente e 1996, quando um time de futebol feminino sofre um acidente de avião e fica preso em uma floresta remota. Enquanto as sobreviventes lutam pela vida, os eventos traumáticos do passado começam a assombrar suas vidas no presente. A série explora como a tragédia moldou as personalidades e os segredos sombrios que elas carregam. Com elementos de suspense psicológico, Yellowjackets investiga a deterioração social e emocional das personagens em meio a situações extremas.
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