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Por que Gaitok fez AQUILO no final da 3ª temporada de The White Lotus?

Gaitok, interpretado por Tayme Thapthimthong, protagoniza uma das decisões mais carregadas de complexidade moral da terceira temporada de The White Lotus. Em um cenário onde violência, poder e lealdade se entrelaçam, o personagem é confrontado com um dilema que redefine não apenas seu futuro profissional, mas também sua própria identidade. Sua escolha de atirar em Rick — um assassino em fuga — encerra a temporada com uma contundente reflexão sobre os limites entre princípios e sobrevivência.

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Gaitok: o pacifista forçado a agir

Por que Gaitok fez AQUILO no final da 3ª temporada de The White Lotus?

Durante toda a terceira temporada, Gaitok é apresentado como um segurança relutante, alguém visivelmente desconfortável com a violência inerente à sua profissão. Ao contrário dos colegas, ele defende uma postura não violenta e chega a considerar abandonar o trabalho por não suportar a agressividade que o cerca.

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Essa tensão atinge o auge no episódio final, quando Rick assassina brutalmente Jim Hollinger e dois guarda-costas de Sritala, a poderosa empresária local. Diante da ameaça, Gaitok tem segundos para decidir entre manter sua postura pacifista ou agir com violência pela primeira vez. Ele hesita, mas acaba puxando o gatilho — e mata Rick com dois tiros precisos.

O papel de Mook na decisão de Gaitok

Embora Gaitok pareça agir para proteger os demais, há uma motivação ainda mais íntima por trás de sua decisão: Mook. Ao longo da temporada, o relacionamento entre os dois se fortalece, mas também revela tensões. Mook questiona a fraqueza de Gaitok e chega a expressar desapontamento quando ele cogita largar o emprego para fugir da violência.

A influência de Mook, combinada com sua fala sobre coragem e ambição durante a luta de muay thai, ressoa fortemente na mente de Gaitok. No momento decisivo, ele não está apenas salvando vidas — está tentando provar para Mook (e para si mesmo) que é capaz de agir, proteger e ser forte. Matar Rick é, em certo sentido, um gesto de amor distorcido, mas também de afirmação pessoal diante de um ambiente que sempre o subestimou.

Uma recompensa por ir contra os próprios princípios

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Após o disparo fatal, Gaitok não demonstra arrependimento. Pelo contrário, ele parece em paz — talvez aliviado por finalmente ter se libertado de uma imagem de fragilidade. Sua decisão rende frutos imediatos: é promovido a motorista (e, possivelmente, novo guarda-costas) de Sritala, ocupa um cargo mais ambicioso e se firma ao lado de Mook como parceiro.

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A série deixa claro: ao trair seus princípios, Gaitok ganha tudo o que desejava — reconhecimento, amor e uma posição de prestígio. Mas essa vitória levanta um questionamento ético inevitável: até que ponto vale a pena sacrificar a própria moral em troca de segurança emocional e material?

A moralidade vendida: o preço invisível da escolha de Gaitok

O final de Gaitok se insere perfeitamente no mosaico temático que Mike White desenvolve ao longo da série. Assim como outros personagens — Belinda, ao aceitar o dinheiro de Greg, ou Timothy, ao compactuar com crimes para manter o estilo de vida da família —, Gaitok faz uma troca silenciosa: abre mão de sua integridade por algo palpável, imediato.

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O roteiro não condena nem absolve esses personagens. Apenas expõe a dura realidade de escolhas que, embora recompensadas externamente, corroem valores internos. No caso de Gaitok, a dúvida que persiste é se ele conseguirá, ao longo do tempo, conviver com o peso de ter cruzado uma linha que antes jurava não ultrapassar.

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