A pergunta sobre por que Ed Gein fazia objetos de pele humana é uma das mais perturbadoras do caso do “Açougueiro de Plainfield”. Seus crimes, descobertos em 1957, revelaram um cenário digno de pesadelo: móveis, máscaras, roupas e utensílios confeccionados a partir de partes de corpos. Mas o que levava Gein a praticar atos tão macabros?
Após sua prisão, as investigações mostraram que Ed Gein sofria de transtornos mentais graves, incluindo esquizofrenia paranoide e psicoses delirantes. Ele acreditava que podia “reconstruir” sua falecida mãe, Augusta Gein, usando partes humanas de mulheres que a lembravam. O impulso por trás dos crimes não era apenas o desejo de matar, mas uma obsessão mórbida em reviver a figura materna, que dominara toda a sua vida.
Gein passava noites visitando cemitérios locais, onde desenterrava corpos de mulheres recentemente falecidas. Com os restos, ele criava máscaras, roupas e móveis, acreditando que, ao vestir a pele dessas mulheres, poderia literalmente “se tornar” a mãe. Essa fantasia delirante foi interpretada pelos psiquiatras como uma tentativa de restaurar controle e conforto psicológico após a perda de Augusta.
Entre os objetos encontrados pela polícia estavam cadeiras revestidas de pele humana, tigelas feitas de crânios, máscaras confeccionadas com rostos femininos e até um colete feito com seios e pele do torso. Esses artefatos funcionavam como rituais doentios para satisfazer o delírio de reviver a presença materna — uma combinação de necrofilia simbólica, culpa e adoração distorcida.
Assim, Ed Gein não produzia esses objetos por prazer estético ou sadismo puro, mas como parte de um transtorno psicótico profundo, em que a fronteira entre a realidade e a fantasia havia desaparecido. Suas criações eram manifestações físicas de sua loucura e do amor doentio pela mãe — a única pessoa que ele jamais conseguiu abandonar, nem mesmo após a morte.