Por que David Berkowitz ficou conhecido como o “Filho de Sam”?

David Berkowitz, um dos serial killers mais notórios da história dos Estados Unidos, ficou eternizado como o “Filho de Sam”, apelido que marcou uma das investigações criminais mais caóticas da década de 1970. A nova leva de documentários criminais da Netflix, com destaque para Conversando com um serial killer: O Filho de Sam, resgata esse capítulo sombrio da história americana e reacende o interesse por entender quem foi Berkowitz e por que ele escolheu esse nome.

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A origem do nome: de assassino sem rosto a “Filho de Sam”

Quem foi David Berkowitz, o verdadeiro Filho de Sam?

David Berkowitz só passou a ser chamado de “Filho de Sam” meses após iniciar sua série de crimes. Antes disso, a imprensa nova-iorquina o apelidava de “Assassino do Calibre .44”, uma referência à arma utilizada por ele, um revólver calibre .44 (via CBS).

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Foi somente após o assassinato de Valentina Suriani e Alexander Esau, em abril de 1977, que o nome “Filho de Sam” surgiu. Na cena do crime, Berkowitz deixou uma carta endereçada ao jornalista Jimmy Breslin, do New York Daily News. No texto, ele se referia a si mesmo com esse novo título, que logo se espalhou pelos jornais e passou a dominar a cobertura do caso. A carta continha provocações à polícia e linguagem perturbadora, contribuindo para o pânico generalizado entre os nova-iorquinos.

O papel do cachorro e do vizinho Sam Carr

Quem foi David Berkowitz, o verdadeiro Filho de Sam?

A escolha do nome pode parecer aleatória, mas Berkowitz deu uma explicação — ainda que posteriormente desmentida. Após sua prisão, ele alegou que havia se inspirado em seu vizinho, Sam Carr. Segundo Berkowitz, o cachorro preto de Carr, um labrador, estava possuído por um demônio e o instigava a matar. A justificativa era tão absurda quanto macabra, mas encontrou eco na cobertura da mídia sensacionalista da época.

Ao se autodenominar “Filho de Sam”, Berkowitz dizia estar agindo como um servo obediente de forças superiores. O “Sam” do nome seria, então, o vizinho Carr, dono do cão supostamente demoníaco, e ele próprio seria o “filho” desse personagem sinistro que existia apenas em sua narrativa.

A verdade por trás da farsa

Quem foi David Berkowitz, o verdadeiro Filho de Sam?

Anos depois, já cumprindo pena, David Berkowitz admitiu que toda essa história era uma invenção. O relato envolvendo o cachorro e o demônio não passava de uma farsa elaborada para confundir as autoridades e manipular a opinião pública. Em entrevistas registradas no documentário da Netflix, ele admite que usou a figura do cão e do vizinho como uma cortina de fumaça para desviar o foco da investigação e tornar o caso ainda mais enigmático.

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Esse aspecto revela um traço marcante do perfil de Berkowitz: sua necessidade de controle e manipulação, não apenas de suas vítimas, mas também do imaginário coletivo. O nome “Filho de Sam”, apesar de derivado de uma mentira, tornou-se uma marca que encapsula o terror que ele causou em Nova York entre 1976 e 1977.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.