O podcast A Mulher da Casa Abandonada, criado e apresentado pelo jornalista Chico Felitti, volta a ser destaque três anos após o seu lançamento original. Nesta quarta-feira (13), foi disponibilizado um episódio inédito que amplia a narrativa sobre Margarida Bonetti, personagem central do caso que chocou o Brasil e ganhou repercussão internacional.
A novidade chega às vésperas da estreia da adaptação televisiva no Prime Video, marcada para sexta-feira (15), e promete trazer novas revelações tanto no formato de áudio quanto na versão para streaming.
A história por trás do caso
O podcast, lançado em 2022, investigou a vida de Margarida Bonetti, que viveu por décadas em uma mansão deteriorada no bairro de Higienópolis, em São Paulo. A apuração revelou que ela e o ex-marido mantiveram ilegalmente uma empregada doméstica brasileira nos Estados Unidos por cerca de 20 anos, em condições análogas à escravidão.
No final dos anos 1990, ainda durante as investigações das autoridades norte-americanas, Bonetti retornou ao Brasil. Desde então, tornou-se alvo de intensa curiosidade pública, mas nunca respondeu à Justiça brasileira pelas acusações, já prescritas no país.
A nova peça do quebra-cabeça
O episódio inédito do podcast nasceu a partir de uma pista recebida pelas redes sociais. Felitti descobriu que, antes de fixar residência na famosa casa em ruínas, Margarida viveu por cerca de uma década nos fundos de uma casa em Campinas, interior de São Paulo.
O relato inclui depoimentos de vizinhos e de uma mulher que se aproximou de Bonetti após conhecer sua história pela televisão. Inicialmente disposta a ajudar, essa conhecida afirma ter se sentido explorada pela acusada com o passar do tempo.
Segundo Felitti, essa descoberta ajuda a explicar por que Bonetti não foi encontrada pela polícia brasileira para responder às acusações que ainda pendiam nos Estados Unidos (via Folha de S.Paulo).
Impacto social e debate jurídico
Desde seu lançamento, o podcast ultrapassou 11 milhões de downloads e inspirou reflexões sobre o trabalho doméstico em condições degradantes. Dados divulgados em 2022 pelo Ministério Público do Trabalho indicaram aumento de 123% nas denúncias desse tipo de crime após a repercussão da série em áudio.
Felitti também aproveita o novo episódio para levantar uma discussão sobre a legislação brasileira. Ele aponta que, se o crime de submeter alguém a condições análogas à escravidão fosse classificado como hediondo, não teria prescrito no caso de Margarida Bonetti.
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