J. Robert Oppenheimer, conhecido como o “pai da bomba atômica”, foi peça central do Projeto Manhattan, esforço científico e militar dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial que culminou na criação da primeira arma nuclear. O filme Oppenheimer, de Christopher Nolan, que chega à Netflix no dia 7 de julho, retrata os dilemas éticos e pessoais do físico, mas interrompe sua linha do tempo antes de um ponto decisivo da corrida armamentista: o desenvolvimento da bomba de hidrogênio.
A diferença entre as duas armas, além da tecnologia empregada, reside também no impacto que causaram em Oppenheimer, tanto em termos científicos quanto morais.
A bomba atômica
A bomba atômica, cujo funcionamento se baseia na fissão nuclear, foi a primeira arma de destruição em massa desenvolvida com sucesso. O processo consiste na divisão do núcleo de átomos pesados, como urânio ou plutônio, liberando uma enorme quantidade de energia. Oppenheimer foi fundamental nesse processo, não apenas por sua inteligência teórica, mas por sua habilidade de liderança. Ele coordenou uma equipe de cientistas e atuou como elo entre os militares e a comunidade científica.
Embora tenha sido um projeto coletivo, com nomes como Leslie Groves e outros físicos renomados, Oppenheimer foi quem deu forma e ritmo à pesquisa, conduzindo o trabalho até o teste bem-sucedido em julho de 1945, conhecido como Trinity.
A bomba de hidrogênio
A bomba de hidrogênio, também chamada de termonuclear, surgiu após o fim da guerra. Diferentemente da bomba atômica, seu funcionamento combina dois processos: fissão e fusão nuclear. Enquanto a fissão divide átomos pesados, a fusão une núcleos leves, como os de hidrogênio, liberando energia em uma escala muito maior. A potência da bomba de hidrogênio é aproximadamente mil vezes superior à da bomba atômica.
Oppenheimer, que havia testemunhado os efeitos devastadores de Hiroshima e Nagasaki, passou a se opor publicamente à nova arma. Como membro da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, tentou barrar o desenvolvimento da bomba de hidrogênio, argumentando que ela representava um passo além do necessário, sobretudo em tempos de paz.
A mudança de postura
Após o fim da guerra, Oppenheimer passou a refletir sobre as consequências éticas de seu trabalho. Ele acreditava que a bomba atômica era um mal necessário para derrotar o nazismo, mas via a bomba de hidrogênio como um erro estratégico e moral. Sua oposição foi vista com desconfiança pelo governo norte-americano em plena Guerra Fria.
Durante uma audiência em 1954, liderada por Roger Robb, sua lealdade foi colocada em xeque. Oppenheimer perdeu sua autorização de segurança, e sua carreira pública foi praticamente encerrada. A razão principal foi justamente sua resistência ao projeto da bomba de hidrogênio, visto por muitos como uma ameaça à política de dissuasão nuclear dos Estados Unidos.
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