O filme Nosferatu, dirigido por Robert Eggers e lançado nos cinemas brasileiros em janeiro de 2025, acaba de chegar ao catálogo do Prime Video nesta sexta-feira (11). Aclamado por sua estética gótica e atmosfera sufocante, o longa presta homenagem ao clássico de 1922, mas também propõe mudanças significativas. Uma das alterações mais impactantes está no desfecho da narrativa: a morte de Conde Orlok, que foge dos clichês do gênero e assume um novo significado simbólico.
A morte de Orlok ocorre por não retornar à tumba antes do amanhecer
Ao contrário do que muitos fãs do terror clássico poderiam esperar, o sol não é o elemento direto responsável pela destruição de Conde Orlok nesta nova versão. Embora a cena final mostre o vampiro em uma cama, ao lado de Ellen Hutter (Lily-Rose Depp), aparentemente consumido pela luz que entra pela janela, o diretor Robert Eggers revelou que o verdadeiro motivo de sua morte é outro.
Inspirado em relatos do folclore europeu, Eggers explica que, segundo essas lendas, os vampiros precisam retornar às suas tumbas antes do canto do primeiro galo. Ou seja, não é a luz solar que os destrói, mas o fato de estarem fora de seu túmulo quando o novo dia nasce. A morte de Orlok, portanto, não é uma punição mágica provocada por raios solares, mas sim um efeito da pureza simbólica da aurora.
Ellen entrega-se ao vampiro e sela o destino de ambos
Na conclusão do filme, Ellen aceita o destino que parece ter sido traçado desde sua infância, quando jurou lealdade a uma entidade sombria. Em vez de resistir, ela se entrega a Orlok. O que se segue não é uma simples cena de sedução, mas um ato de sacrifício mútuo. Os dois morrem juntos enquanto Thomas (Nicholas Hoult), o marido de Ellen, assiste impotente.
Essa entrega, no entanto, tem um propósito maior. Ao manter o vampiro ocupado até o amanhecer, Ellen impede que ele volte ao refúgio de sua tumba. É o início do novo dia que sela o fim do monstro. Eggers transforma esse momento em um ato de purificação, onde o amor, o sacrifício e a luz da manhã convergem para vencer a escuridão.
Um novo olhar sobre o mito vampírico
A decisão de Eggers de não associar diretamente a destruição de Orlok à luz solar, como nas versões anteriores, ressignifica a derrota do vampiro. Em vez de recorrer a estacas de madeira, alho ou crucifixos, o filme propõe que é a pureza de um novo dia que destrói o ser das trevas.
Essa escolha é um contraponto à tradição do cinema de vampiros, que costuma se apoiar em fórmulas já conhecidas para lidar com seus antagonistas. Ao usar uma abordagem mais espiritual e metafórica, o longa acrescenta camadas de profundidade à narrativa. Orlok não é apenas vencido, ele é dissolvido pela luz da renovação, por uma força maior e incorruptível.
O amanhecer é a redenção para o mundo que sobrevive
Nosferatu não é apenas um conto de horror, mas também uma história sobre o fim de um ciclo de decadência. A presença de Orlok em Wisborg traz uma praga que devasta a cidade, levando seus moradores ao desespero. A morte do vampiro coincide com o renascimento do mundo ao seu redor.
O sol não funciona apenas como um elemento natural. Ele representa vida, crescimento, renascimento. Sua chegada marca a expulsão das trevas. Como explica Eggers, o poder do amanhecer é simbólico: ele purifica a cidade, restaura a ordem e encerra o domínio da criatura maldita. Orlok morre, mas a humanidade segue, renovada pelo calor da manhã.
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