O suspense criminal O Roubo de 88, lançado em 2023 e dirigido por Mehnaz Huda, apresenta Courtney B. Vance no papel de Jeremy Horne, um estrategista capaz de convencer qualquer pessoa a seguir seus planos. Na história, ele decide realizar um último grande golpe antes de cumprir pena, arquitetando um roubo de quase 80 milhões de dólares do sistema bancário norte-americano.
Embora o enredo soe inverossímil em tempos de segurança digital avançada, a narrativa é inspirada em um assalto real ocorrido em Chicago, no ano de 1988, que quase foi o crime perfeito.
O assalto original
Na vida real, o mentor não se chamava Jeremy Horne, mas Armand Moore, apelidado de “The Chairman”. Ele já havia sido condenado por falsificação de cheques e, em maio de 1988, elaborou um plano ousado: transferir cerca de 70 milhões de dólares de contas do First National Bank of Chicago para contas falsas em instituições bancárias da Áustria.
Para executar a operação, contou com a ajuda de funcionários de baixo escalão do banco. Em pouco mais de uma hora, todo o montante foi enviado ao exterior. O esquema, no entanto, começou a desmoronar quando alguns envolvidos tentaram gastar o dinheiro de forma ostensiva, comprando carros de luxo e outros bens. O banco percebeu o desfalque e conseguiu recuperar os valores.
O que mudou no cinema
O filme não reproduz fielmente todos os fatos, mas se inspira no crime. O protagonista Jeremy Horne é uma criação livre, moldada para ser um personagem moralmente complexo, capaz de seduzir jovens funcionários do banco para que participassem do golpe.
Outra alteração está no desfecho. No longa, um dos cúmplices decide colaborar com as autoridades para proteger a esposa grávida, ajudando a derrubar Horne. Na vida real, foi a própria ganância dos participantes que chamou a atenção das autoridades. Moore, mesmo sendo apontado como o mentor, tentou se defender dizendo ter sido enganado, argumento que não convenceu o tribunal.
A queda e as consequências
O julgamento de Armand Moore foi marcado por declarações contundentes dos juízes, que o acusaram de desperdiçar seu talento e prejudicar muitas pessoas. Condenado a 10 anos de prisão, ele tentou escapar para realizar outro roubo, mas foi recapturado e recebeu mais 25 anos de pena.
No total, Moore passou três décadas atrás das grades. Solto há quatro anos, mantém uma presença ativa nas redes sociais e chegou a promover um livro em que apresenta sua própria versão dos acontecimentos.
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