J. Robert Oppenheimer, o físico teórico que liderou o Projeto Manhattan, é o protagonista de um dos momentos mais emblemáticos do século XX: a explosão da primeira bomba atômica durante o teste Trinity, em 16 de julho de 1945. Esse episódio central é recriado com intensidade dramática no filme Oppenheimer, de Christopher Nolan, que finalmente chega à Netflix no dia 7 de julho, após sua estreia nos cinemas em julho de 2023 e um período limitado em outras plataformas de streaming.
Desde então, uma pergunta intriga tanto historiadores quanto o público: o que Oppenheimer realmente disse no momento em que viu sua criação transformar-se em uma bola de fogo nuclear no deserto do Novo México?
O mito do “destruidor de mundos” e o poder da ficção
A frase mais associada a Oppenheimer é a célebre “Agora eu me tornei a morte, o destruidor de mundos”. Extraída do Bhagavad Gita, um texto sagrado hindu, essa citação foi atribuída a ele por décadas como uma suposta reação direta ao teste bem-sucedido da bomba. No entanto, essa associação é fruto de um mito que se consolidou com o tempo e com a aura enigmática que envolveu o cientista após a guerra.
A verdade é que Oppenheimer nunca disse essa frase em voz alta naquele momento. Em uma entrevista gravada anos depois para um documentário da televisão americana, ele revelou que pensou no verso do Bhagavad Gita, mas que permaneceu em silêncio junto com a maioria dos presentes. O que ele realmente disse, segundo testemunhos e sua própria fala posterior, foi uma observação seca: “Funcionou”.
A dramatização de Nolan e a força simbólica da culpa
No filme Oppenheimer, Christopher Nolan escolhe incluir a citação “Agora eu me tornei a morte” em um contexto mais íntimo e simbólico. Ela é proferida durante uma cena com Jean Tatlock, interpretada por Florence Pugh, onde o personagem de Oppenheimer traduz o texto sagrado a pedido da amante. A escolha do diretor reforça o aspecto premonitório e psicológico da frase, ligando-a não apenas à explosão da bomba, mas à destruição emocional e moral que o físico enfrentaria nos anos seguintes.
O longa utiliza a frase como um prenúncio da culpa que viria a consumir o protagonista, ampliando o peso de sua responsabilidade não apenas pelo número de mortos em Hiroshima e Nagasaki, mas também pelas consequências mais amplas da era nuclear.
O silêncio de Trinity e as reações no campo de testes
Durante o teste Trinity, que marcou a primeira detonação nuclear da história, os cientistas se prepararam para uma explosão sem precedentes. Quando a luz intensa iluminou o céu e o estrondo chegou aos ouvidos dos presentes, houve uma mistura de reações: alguns riram nervosamente, outros ficaram em silêncio absoluto. Oppenheimer, segundo registros, não fez nenhum discurso dramático naquele instante. Apenas constatou o êxito técnico do projeto dizendo “funcionou”, uma frase curta que, em retrospecto, carrega um peso imensurável.
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