O que o desaparecimento de Amy Bradley tem em comum com Natalee Holloway

Amy Lynn Bradley tinha 23 anos quando desapareceu misteriosamente do navio de cruzeiro Rhapsody of the Seas, da Royal Caribbean, na madrugada de 24 de março de 1998. Ela e sua família estavam em uma viagem ao Caribe, que seria uma celebração de sua recente formatura na universidade. O cruzeiro havia partido de Oranjestad, em Aruba, com destino a Curaçao, quando Amy foi vista pela última vez, por volta das 5h30 da manhã, dormindo na varanda da cabine familiar.

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Menos de uma hora depois, ela havia desaparecido. Seus pertences — incluindo sapatos, cigarro e isqueiro — permaneciam no local. Apesar das buscas realizadas no navio e nas águas ao redor, Amy nunca mais foi encontrada.

Um caso que se recusa a desaparecer

O que o desaparecimento de Amy Bradley tem em comum com Natalee Holloway

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O mistério em torno de Amy nunca foi completamente encerrado. Seus pais, Ron e Iva Bradley, ainda hoje mantêm viva a esperança de reencontrá-la. O quarto de Amy permanece intacto, com sua mochila da viagem repousando no mesmo lugar. O carro dela está sempre abastecido e pronto para uma volta para casa que nunca aconteceu.

A nova série documental da Netflix, Onde Está Amy Bradley, reacende o debate sobre as circunstâncias do desaparecimento e examina as diversas pistas e avistamentos relatados ao longo de quase três décadas. O documentário reforça a possibilidade de que Amy tenha sido vítima de tráfico internacional de pessoas, hipótese que a família defende desde o início.

Avistamentos misteriosos e pistas inquietantes

Desde 1998, múltiplas testemunhas afirmaram ter visto Amy em diferentes países do Caribe. Um taxista em Curaçao alegou que ela pediu ajuda para encontrar um telefone, poucos momentos após o navio atracar. Mergulhadores no mesmo país disseram tê-la visto sendo acompanhada por dois homens agressivos. Um ex-oficial da Marinha relatou ter sido abordado por uma mulher em um bordel que se apresentou como Amy Bradley e pediu socorro. A imagem de uma mulher semelhante a Amy, publicada em um site adulto, reacendeu as suspeitas de que ela poderia estar sendo mantida contra sua vontade.

Apesar de todas essas alegações, nenhuma delas foi confirmada oficialmente pelas autoridades. Ainda assim, as evidências visuais, incluindo comparações forenses com fotos, alimentam a dúvida: e se Amy ainda estiver viva?

A polêmica do osso sem resposta

Amy Bradley foi vítima de tráfico humano?

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Em 2010, um detalhe perturbador reacendeu as discussões sobre o caso. Um fragmento de mandíbula humana foi encontrado em uma praia de Aruba, próximo ao local do desaparecimento. As autoridades locais testaram o DNA do osso para determinar se pertencia a Natalee Holloway — uma jovem americana desaparecida na mesma região cinco anos depois de Amy, em 2005 — mas descartaram essa possibilidade (via The Tab).

Surpreendentemente, o fragmento nunca foi testado contra o DNA de Amy. Essa omissão chocou a família Bradley e levantou críticas sobre a conduta das investigações. A semelhança entre os dois casos, tanto na falta de respostas quanto na lentidão das autoridades, é inegável.

Paralelos com o caso Natalee Holloway

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Natalee Holloway desapareceu em Aruba em maio de 2005, durante uma viagem de formatura com colegas do ensino médio. O principal suspeito, Joran van der Sloot, só confessou o crime mais de 15 anos depois. O caso recebeu ampla atenção da mídia internacional, mas também enfrentou denúncias de ineficiência policial e falhas na investigação inicial — assim como ocorreu com Amy Bradley.

Nos dois casos, famílias desesperadas buscaram respostas por conta própria, contrataram investigadores particulares e mantiveram viva a memória de suas filhas na mídia. Ambas as jovens desapareceram em locais turísticos, em contextos onde a segurança deveria ser garantida. A semelhança mais perturbadora, porém, está na incerteza prolongada, no sofrimento contínuo e na ausência de justiça.

O que ainda precisa ser feito

Como o cruzeiro Rhapsody of the Seas pode ter encoberto provas do desaparecimento de Amy Bradley

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Apesar de Amy ter sido declarada legalmente morta em 2010, o FBI ainda mantém o caso aberto e oferece uma recompensa por informações que levem ao seu paradeiro. Investigadores privados sugerem que a tripulação do navio deveria ter sido mais profundamente investigada. Um músico que foi visto com Amy na noite de seu desaparecimento foi interrogado pelo FBI e passou por um detector de mentiras, mas sempre negou envolvimento. Sua filha, entrevistada no documentário, disse que o caso afetou profundamente sua família e reforçou seu desejo de chegar à verdade.

A nova série da Netflix não traz uma resposta definitiva, mas oferece algo igualmente valioso: renovada atenção ao caso, novas perguntas e talvez, quem sabe, novas pistas. Assim como no caso Holloway, a persistência da família pode ser a chave para descobrir o que realmente aconteceu.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.