InícioCinema e TVO que aconteceu com o irmão de Oppenheimer depois do filme?

O que aconteceu com o irmão de Oppenheimer depois do filme?

Frank Oppenheimer, interpretado por Dylan Arnold no filme Oppenheimer, foi uma figura importante na vida do físico J. Robert Oppenheimer. Ao longo do longa de Christopher Nolan, que estreou nos cinemas em julho de 2023 e chegou à Netflix apenas agora, no dia 7 de junho, a trajetória do irmão mais novo do criador da bomba atômica é brevemente abordada, especialmente por suas ligações com o Partido Comunista.

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Durante os anos 1930, Frank e sua esposa Jackie foram membros do Partido Comunista dos Estados Unidos. Apesar das diferenças ideológicas, Robert sempre manteve uma relação próxima com o irmão, mesmo sob a sombra da crescente desconfiança do governo norte-americano. Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto Robert liderava os trabalhos no Projeto Manhattan, Frank também teve papel técnico relevante, trabalhando na separação de isótopos de urânio e, posteriormente, no próprio laboratório de Los Alamos. Com o fim da guerra, os laços com o comunismo cobraram um preço alto: Frank também acabou na lista negra das autoridades norte-americanas durante o auge do macarthismo.

Uma década como criador de gado antes de voltar à sala de aula

O que aconteceu com o irmão de Oppenheimer depois do filme?

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Em 1947, sob forte pressão política, Frank foi forçado a deixar o cargo de professor na Universidade de Minnesota. A solução encontrada foi radical: ele e Jackie compraram um rancho no Colorado e passaram quase dez anos dedicados à criação de gado. Afastado da ciência por força das circunstâncias, Frank reencontraria seu caminho acadêmico apenas em 1957, quando o clima político dos Estados Unidos começou a arrefecer.

Seu retorno se deu de forma modesta, como professor de física em uma escola de ensino médio local. O sucesso foi imediato: seus alunos chegaram a vencer a Feira Estadual de Ciências do Colorado, o que chamou atenção da comunidade acadêmica. Em 1959, Frank foi convidado a retornar ao ensino superior, assumindo um cargo na Universidade do Colorado. Lá, além de retomar suas pesquisas em física de partículas, passou a se dedicar com afinco à educação científica.

Exploratorium: a maior realização de sua vida

A nova paixão de Frank Oppenheimer o levou a inovar no ensino de ciências. Ele desenvolveu métodos experimentais voltados para estudantes de todas as idades, com o objetivo de tornar o aprendizado mais acessível e estimulante. Em uma viagem à Europa, ficou encantado com os museus interativos de ciência e decidiu criar algo semelhante nos Estados Unidos.

Foi assim que, em 1969, nasceu o Exploratorium, um museu inovador em San Francisco que unia ciência, arte e percepção humana. A proposta era clara: democratizar o conhecimento e transformar a forma como o público se relaciona com a ciência. Durante os primeiros 12 anos, o acesso ao museu foi gratuito, reforçando o compromisso de Frank com a educação pública e inclusiva.

Além de diretor do museu até sua morte, Frank se envolveu pessoalmente com cada detalhe do projeto. O Exploratorium tornou-se um de seus maiores legados e, mesmo décadas após sua fundação, continua em funcionamento e servindo como referência mundial em museus interativos.

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Os últimos anos e o fim de uma trajetória marcante

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Frank Oppenheimer foi diagnosticado com linfoma em 1977, passando por dois anos de tratamento com quimioterapia. Após a morte de Jackie em 1980, ele se casou novamente em 1982 com Mildred “Millie” Danielson. No ano seguinte, descobriu um câncer no pulmão, possivelmente causado pelo hábito de fumar.

Apesar de ter passado por uma lobectomia, a doença voltou, e Frank morreu em 1985, cerca de 20 anos após o falecimento de seu irmão mais velho. Até seus últimos dias, permaneceu ativo no Exploratorium, aprimorando exposições e mantendo viva sua missão de aproximar a ciência das pessoas comuns.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.