Dennis Rader, conhecido mundialmente como o “Assassino BTK”, é um dos criminosos mais infames dos Estados Unidos. Durante quase duas décadas, ele espalhou terror na cidade de Wichita, no Kansas, assassinando dez pessoas entre 1974 e 1991. O apelido que o eternizou vem das palavras Bind, Torture, Kill (Amarrar, Torturar, Matar), termo que o próprio Rader criou e usava para descrever o padrão de seus crimes em cartas enviadas à imprensa e à polícia.

Por fora, Rader levava uma vida aparentemente exemplar. Era veterano da Força Aérea, funcionário público, líder escoteiro e presidente do conselho da Igreja Luterana local. Casado e pai de dois filhos, parecia ser um cidadão respeitável, enquanto, secretamente, cultivava fantasias sádicas e planejava seus assassinatos.
Como o assassino foi capturado
Depois de anos de silêncio, Rader voltou a se comunicar com os jornais em 2004, enviando cartas, objetos e até disquetes com pistas sobre seus crimes. Esse retorno à cena pública foi o erro que selou seu destino. Os investigadores conseguiram rastrear os metadados de um dos disquetes até a Igreja Luterana de Wichita, onde ele exercia um cargo de liderança.
Com base nessa pista, a polícia conseguiu identificar Rader como o suspeito principal e confirmou a ligação por meio de um exame de DNA obtido a partir de registros médicos de sua filha, Kerri Rawson. A confirmação genética foi decisiva. Em 25 de fevereiro de 2005, após 31 anos de impunidade, Dennis Rader foi preso.
O julgamento e a condenação
Poucos meses após a prisão, Rader confessou detalhadamente os dez assassinatos, descrevendo com frieza cada ataque. Ele admitiu ter estrangulado famílias inteiras, como os Otero, casal e dois filhos pequenos mortos em janeiro de 1974, além de outras vítimas, entre elas Kathryn Bright, Nancy Fox, Vicki Wegerle e Dolores Davis, sua última vítima, assassinada em 1991.
Em junho de 2005, ele se declarou culpado de todas as acusações e, em agosto do mesmo ano, foi condenado a dez penas de prisão perpétua consecutivas. Como o Kansas não aplicava a pena de morte na época, essa foi a sentença máxima possível. Desde então, Rader cumpre sua pena no presídio de segurança máxima de El Dorado, no estado do Kansas, sem direito à liberdade condicional.
A vida por trás das grades
Mesmo encarcerado há quase duas décadas, Dennis Rader continua chamando a atenção das autoridades e da mídia. Em 2014, ele colaborou com a criminóloga Katherine Ramsland na elaboração do livro Confession of a Serial Killer: The Untold Story of Dennis Rader, the BTK Killer, em que revisita seus crimes e tenta justificar suas ações como “um impulso que não conseguia controlar” (via People).
Nos últimos anos, Rader tem sido investigado novamente por suspeita de envolvimento em outros homicídios não solucionados. Em 2023, foi apontado como principal suspeito no desaparecimento da adolescente Cynthia Dawn Kinney, em Oklahoma, ocorrido em 1976. Embora não tenha sido formalmente acusado, as autoridades continuam investigando a possível ligação entre ele e o caso (via The Independent).
O reencontro com a filha
A nova fase de exposição de Dennis Rader veio com o lançamento do documentário da Netflix Meu Pai, o Assassino BTK, dirigido por Skye Borgman. A produção acompanha Kerri Rawson, filha do assassino, em sua tentativa de entender o homem que destruiu tantas vidas e de colaborar com novas investigações.
Em 2023, Kerri visitou o pai pela primeira vez desde sua prisão. O encontro, descrito por ela como “perturbador”, revelou um homem envelhecido, com sinais de demência, mas ainda evasivo quanto a novos crimes. “Era como se eu estivesse diante de um estranho”, disse Kerri em entrevista. “Não reconheço aquele homem como meu pai” (via The New York Times).
Um criminoso sem arrependimento
Hoje, aos 80 anos, Dennis Rader continua cumprindo pena em isolamento no presídio de El Dorado. Ele raramente recebe visitas e passa a maior parte do tempo escrevendo cartas e mantendo contato com estudiosos e jornalistas interessados em seu caso.
Mesmo após tantos anos, Rader insiste em se enxergar como “um bom homem que cometeu coisas ruins”, segundo relatou a criminóloga Katherine Ramsland (via The Wichita Eagle). Seu comportamento continua sendo estudado por especialistas em psicologia criminal como um exemplo extremo de duplo comportamento — o de um pai aparentemente amoroso e um assassino meticuloso.
Confira também:
- Os melhores filmes da Marvel e da DC
- 10 melhores K-Dramas para iniciantes
- As melhores sagas do Batman
- As melhores sagas do Superman
- As melhores sagas da Mulher-Maravilha
- As melhores sagas do Asa Noturna