Lewis Strauss continuou tendo um papel relevante na política norte-americana mesmo após os acontecimentos retratados no filme Oppenheimer, que chegou recentemente à Netflix. Interpretado por Robert Downey Jr., Strauss foi um dos personagens centrais no embate com J. Robert Oppenheimer, tendo sido diretamente responsável pela cassação da autorização de segurança do cientista. Esse episódio, mostrado de forma intensa no longa de Christopher Nolan, marcaria profundamente a trajetória de ambos, especialmente a de Strauss.
A rejeição no Senado marcou o declínio de sua carreira pública
Após encerrar sua atuação como presidente da Comissão de Energia Atômica (AEC) dos Estados Unidos em junho de 1958, Strauss foi indicado pelo então presidente Dwight D. Eisenhower para o cargo de Secretário de Comércio. A nomeação, porém, encontrou forte resistência no Senado, principalmente por conta da forma como Strauss havia conduzido a investigação contra Oppenheimer.
Apesar de ter assumido o cargo de forma temporária por meio de uma nomeação de recesso, sua confirmação definitiva foi rejeitada em uma votação histórica. Strauss tornou-se apenas o 18º indicado a um cargo de gabinete a ser recusado pelo Senado, um fato raro que evidenciava o desgaste político provocado pelas suas decisões anteriores. O episódio encerrou sua trajetória no serviço público.
Uma aposentadoria marcada pela tentativa de reabilitação da imagem
Após sua saída definitiva do governo, Strauss retirou-se para sua fazenda, a Brandy Rock Farm, em Brandy Station, no estado da Virgínia. Mesmo longe dos bastidores políticos, não conseguiu se livrar do peso da rejeição sofrida em Washington. Em 1962, publicou suas memórias, intituladas Men and Decisions, numa tentativa de apresentar sua versão dos fatos e lembrar ao público de suas contribuições anteriores à polêmica com Oppenheimer.
Embora sua reputação tenha permanecido manchada, Strauss manteve relações próximas com figuras políticas importantes, como os ex-presidentes Dwight Eisenhower e Herbert Hoover. Com Hoover, chegou a iniciar um livro biográfico que acabou não sendo finalizado.
Filantropia e envolvimento público até os últimos anos
Mesmo aposentado, Strauss permaneceu ativo em causas públicas. Dedicou-se a atividades filantrópicas, com destaque para seu trabalho junto ao Comitê Judaico Americano. Também demonstrou interesse por iniciativas relacionadas à saúde, especialmente no combate ao câncer, doença que havia vitimado seus pais.
Em 1974, faleceu após uma batalha de três anos contra o linfossarcoma, um tipo agressivo de câncer. Sua morte ocorreu sete anos após a de Oppenheimer, mesmo sendo oito anos mais velho que o físico.
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