O físico nuclear Ernest Lawrence, interpretado por Josh Hartnett no filme Oppenheimer, teve uma trajetória marcante após os eventos retratados na produção dirigida por Christopher Nolan. Amigo próximo de J. Robert Oppenheimer e colaborador direto no Projeto Manhattan, Lawrence seguiu contribuindo ativamente para a ciência norte-americana, com forte envolvimento em iniciativas governamentais durante a Guerra Fria. Com a estreia do filme na Netflix marcada para esta segunda-feira (7), muitos espectadores terão a oportunidade de revisitar esse importante nome da física moderna e descobrir o que ocorreu com ele depois do fim da história mostrada na tela.
Um aliado de Oppenheimer até onde foi possível
Ernest Lawrence manteve, ao longo da vida, uma relação de respeito e admiração por Oppenheimer. Tanto é que deu ao filho o nome de Robert, em homenagem ao colega. No entanto, durante os anos de maior tensão política nos Estados Unidos, quando Oppenheimer foi alvo de uma audiência que culminaria na perda de sua autorização de segurança, Lawrence preferiu se afastar. Oficialmente, alegou problemas de saúde, mais precisamente uma crise de colite, para não depor. Sua ausência foi sentida, especialmente por se tratar de um cientista de peso e amigo próximo de Oppenheimer.
Essa decisão marcou sua última aparição no filme, gerando curiosidade sobre o que teria acontecido com ele nos anos seguintes. A resposta, como revela a história, é que Lawrence manteve seu protagonismo na ciência, agora em uma esfera mais institucional e diplomática.
Participação ativa na política científica da Guerra Fria
Após o episódio envolvendo Oppenheimer, Ernest Lawrence se aproximou do governo dos Estados Unidos, especialmente durante o mandato do presidente Dwight D. Eisenhower. Ele passou a defender publicamente a chamada “Big Science”, conceito que promove o financiamento estatal e a organização em larga escala de projetos científicos. Essa abordagem viria a moldar a ciência moderna nas décadas seguintes.
Em um dos momentos mais relevantes de sua carreira, Lawrence foi convidado por Eisenhower a integrar a delegação norte-americana que viajou a Genebra, na Suíça, com o objetivo de discutir um tratado de limitação de testes nucleares com a União Soviética. A iniciativa, ainda que não tenha sido totalmente concretizada naquele momento, representava um importante passo na tentativa de conter a escalada armamentista da Guerra Fria. Oppenheimer, mesmo já afastado do governo, também havia se posicionado favoravelmente a esse tipo de acordo.
Uma despedida precoce e um legado duradouro
Durante a viagem à Suíça, Lawrence sofreu uma grave crise de colite, doença crônica que já o acompanhava há anos. A situação exigiu que ele fosse levado de volta com urgência aos Estados Unidos, onde foi submetido a uma cirurgia no Hospital de Stanford, na Califórnia. Os médicos removeram grande parte de seu intestino grosso, mas o quadro se agravou com a descoberta de complicações vasculares, incluindo sinais de arteriosclerose.
Menos de um mês após deixar Genebra, Ernest Lawrence morreu em 27 de agosto de 1958, aos 57 anos. Apesar da morte precoce, seu legado não foi esquecido. A Universidade da Califórnia em Berkeley rebatizou dois de seus laboratórios de pesquisa nuclear em sua homenagem. Também foi criado um prêmio científico que leva seu nome, destinado a reconhecer realizações notáveis na área. Em 1961, três anos após sua morte, o elemento químico de número 103 da tabela periódica foi oficialmente batizado de “laurêncio”, eternizando sua contribuição à ciência.
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