O físico húngaro Edward Teller, interpretado no filme Oppenheimer por Benny Safdie, teve um papel controverso na vida e carreira de J. Robert Oppenheimer, mas seu destino após os eventos retratados na produção de Christopher Nolan permanece nebuloso para o grande público. Com a estreia do filme na Netflix marcada para esta segunda-feira (7), muitos espectadores terão a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esse personagem real que, apesar de menos famoso, exerceu grande influência na ciência e na política nuclear do século XX.
Teller e a ruptura com Oppenheimer
Durante o desenrolar de Oppenheimer, Edward Teller se distancia do protagonista por divergências científicas e pessoais. Enquanto Oppenheimer liderava os esforços do Projeto Manhattan para criar a bomba atômica, Teller já vislumbrava uma arma ainda mais potente: a bomba de hidrogênio. Quando seus interesses não são levados a sério, ele ameaça deixar o projeto, mas é convencido a permanecer sob a promessa de continuar seus estudos paralelamente.
O ponto de ruptura definitivo ocorre durante a famosa audiência que retirou a autorização de segurança de Oppenheimer. Teller, em seu depoimento, o descreve como um possível risco à segurança nacional, selando o afastamento entre os dois. Embora tenha tentado um gesto de reconciliação apertando a mão de Oppenheimer durante uma cerimônia anos depois, a relação jamais se recuperou. A própria esposa de Oppenheimer, Kitty, se recusou a cumprimentá-lo, simbolizando a profunda mágoa causada.
O avanço da carreira científica e política
Apesar de ser retratado como uma figura negativa no contexto pessoal de Oppenheimer, Edward Teller seguiu uma trajetória de grande impacto na ciência. Em 1950, com o apoio do presidente Harry Truman, ele deu continuidade ao desenvolvimento da bomba de hidrogênio em Los Alamos. Dois anos depois, em 1952, a arma foi finalizada e superava em cerca de 450 vezes a potência da bomba lançada sobre Nagasaki.
Contudo, sua influência não foi apenas técnica. Teller se tornou uma figura central na defesa de armamentos nucleares durante a Guerra Fria e manteve laços estreitos com o governo norte-americano. Ainda assim, sua imagem entre os cientistas ficou manchada. A comunidade acadêmica passou a isolá-lo, considerando sua colaboração na queda de Oppenheimer uma traição imperdoável.
Reconhecimento, isolamento e legado
Mesmo excluído por muitos de seus pares, Teller seguiu defendendo o uso estratégico de tecnologias nucleares. Também foi um dos primeiros cientistas a alertar sobre os riscos das mudanças climáticas provocadas por atividades humanas, algo que é pouco lembrado em comparação ao seu papel no armamento nuclear.
Seu legado, portanto, permanece ambíguo. De um lado, é reconhecido como o “pai da bomba de hidrogênio”, figura-chave para o avanço científico em tempos de tensão geopolítica. De outro, é lembrado como o homem que virou as costas para Oppenheimer, contribuindo para a destruição da reputação de um dos mais importantes físicos do século XX.
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