O filme A Seita, dirigido por Jordan Scott, acompanha Ben Monroe, um professor de psicologia que vive em Berlim. Enquanto se dedica a escrever um livro sobre comportamento coletivo, ele se vê diante de um drama pessoal quando sua filha Mazzy vai morar com ele. A rotina acadêmica é interrompida de forma brusca quando a jovem conhece um rapaz carismático em uma estação de trem e, a partir desse encontro, é conduzida ao convívio de um culto misterioso.
A produção se apoia no suspense psicológico e na sensação de estar preso em uma situação sufocante, ao mesmo tempo em que flerta com elementos de drama familiar.
A origem literária da história
A Seita é inspirado no livro Tokyo, lançado em 2015 pelo escritor britânico Nicholas Hogg. No romance original, Ben Monroe é professor da Universidade de Tóquio e, após o divórcio, embarca em uma busca pela ex-namorada Kazue, mergulhando na parte obscura da capital japonesa.
O longa, no entanto, altera radicalmente o cenário, deslocando a narrativa para Berlim. Essa mudança resultou na eliminação de alguns aspectos centrais do livro, sobretudo o enfoque romântico que movia as ações do protagonista. O filme, lançado na Alemanha sob o título Berlin Nobody, mantém a essência do suspense, mas com um recorte muito mais voltado para a manipulação de grupos e os perigos de um culto.
Diferenças entre livro e adaptação
De acordo com o autor Nicholas Hogg (via Carve magazine), a obra literária explora fortemente as obsessões dos personagens masculinos, especialmente na forma como projetam sua solidão em relacionamentos com mulheres. Essa abordagem não foi mantida na adaptação cinematográfica. Em vez de colocar o amor perdido como motor da narrativa, o roteiro de Jordan Scott enfatiza a vulnerabilidade psicológica diante de discursos coletivos, transformando o culto no centro dramático.
Hogg afirmou em entrevista que parte da densidade do romance veio de suas experiências pessoais no Japão, país onde viveu por muitos anos. Elementos culturais e até mesmo referências a lendas tradicionais japonesas, como a da Princesa Kaguya, aparecem no livro como um pano de fundo quase mítico.
A mudança de cenário para Berlim
Originalmente, Jordan Scott também pensava em ambientar a trama em Tóquio, mas as dificuldades causadas pela pandemia de COVID-19 inviabilizaram as filmagens no Japão. A saída encontrada foi adaptar o roteiro para a Alemanha.
Segundo a diretora (via THR), Berlim oferecia paralelos interessantes com a sociedade japonesa, principalmente no que diz respeito à consciência coletiva e à maneira como as pessoas lidam com pressões sociais. Essa reconfiguração aproximou ainda mais o filme da questão dos cultos, explorando como eles refletem medos contemporâneos, em especial a ameaça do colapso ambiental.
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