O assassinato do ator Rafael Miguel e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, ocorrido em 9 de junho de 2019, comoveu o país. Rafael, conhecido por interpretar o personagem Paçoca no remake da novela Chiquititas, tinha 22 anos quando foi morto a tiros na frente da casa de sua namorada, Isabela Tibcherani, na zona sul de São Paulo.
O autor dos disparos foi Paulo Cupertino Matias, pai de Isabela, que não aceitava o namoro da filha com o jovem ator. A motivação, segundo apontou a investigação, envolvia ciúmes doentios e um perfil controlador, já descrito por Isabela como abusivo. Logo após o crime, Cupertino fugiu e passou a ser alvo de uma das maiores buscas da polícia paulista nos últimos anos.
Uma caçada de quase três anos
Logo após a execução do triplo homicídio, Paulo Cupertino desapareceu. A fuga foi planejada e, durante o tempo em que esteve foragido, o assassino utilizou documentos falsos, trocou de identidade — chegou a se apresentar como “Manoel Machado da Silva” — e percorreu diversos estados brasileiros, incluindo Paraná e Mato Grosso do Sul.
A Polícia Civil de São Paulo o incluiu na lista dos criminosos mais procurados do país. A gravidade do caso e sua repercussão internacional levaram à emissão de um alerta vermelho pela Interpol, permitindo que ele fosse procurado fora do Brasil. Apesar disso, Cupertino continuava em território nacional, escondendo-se com auxílio de contatos e se valendo de brechas para evitar a prisão.
O trabalho silencioso da inteligência policial
A nova série documental da HBO Max, O Assassinato do Ator Rafael Miguel, mostra bastidores inéditos da investigação, incluindo o esforço das equipes policiais e os desafios enfrentados ao longo da caçada. A produção revela que, embora o caso tenha esfriado na mídia por um período, o trabalho de inteligência jamais foi interrompido.
A delegada Ivalda Aleixo, que esteve à frente das investigações, aparece na série contando detalhes do momento em que finalmente reencontrou Cupertino. Segundo seu relato, ao ser detido, o criminoso demonstrou frieza (via Estadão). Disse à policial: “Até que enfim vocês me pegaram, hein, doutora. E essas olheiras aí?” Ao que ela respondeu: “Cada uma aqui é sua.”
A prisão aconteceu em 16 de maio de 2022, na região central da capital paulista. A operação foi feita de forma discreta, com apoio de agentes especializados, e contou com semanas de vigilância e cruzamento de informações sigilosas. Cupertino foi imediatamente encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros.
Julgamento e condenação
Três anos após sua captura, entre os dias 29 e 30 de maio de 2025, Paulo Cupertino enfrentou o júri popular no Fórum da Barra Funda. Foi considerado culpado por triplo homicídio qualificado. As qualificadoras apontadas pelo Ministério Público incluíram motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas.
O desfecho do processo resultou na condenação de Cupertino a 98 anos de prisão. Durante o julgamento, ele manteve a postura de negar os crimes, mesmo diante das evidências, depoimentos e reconstrução dos fatos.
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