A Netflix lançou recentemente o documentário Titan: O desastre da OceanGate, que investiga minuciosamente a tragédia ocorrida em junho de 2023 com o submersível Titan, da empresa OceanGate. A produção mergulha nos detalhes técnicos e humanos do acidente, levantando questões sobre as causas da implosão e os responsáveis por uma operação que, desde o início, acumulava sinais de alerta.
A proposta da OceanGate e a construção do Titan
A OceanGate surgiu com uma proposta ambiciosa: levar civis até os destroços do Titanic, localizados a cerca de 3.810 metros de profundidade no Oceano Atlântico Norte. Para isso, desenvolveu o Titan, um submersível de aproximadamente sete metros, fabricado com fibra de carbono composta e titânio. O projeto prometia inovação, mas levantava sérias dúvidas sobre segurança. Cada expedição custava em torno de 250 mil dólares por passageiro.
Apesar do preço elevado, o risco era ainda maior. O Titan realizou 88 imersões, sendo que apenas 13 chegaram à profundidade prevista para alcançar os destroços do Titanic. A tragédia ocorreu durante a 88ª viagem, quando o submersível implodiu a 3.300 metros de profundidade, sem atingir seu destino final.
Linha do tempo do acidente e descoberta da implosão
A última expedição do Titan começou em 18 de junho de 2023, com o submersível partindo às 8h da manhã para uma descida que deveria durar cerca de duas horas. Às 9h45, o navio de apoio Polar Prince perdeu contato com a embarcação. Pouco depois, a Marinha dos EUA captou um som compatível com uma implosão.
Apesar disso, a busca por sobreviventes seguiu por quatro dias, até que a Guarda Costeira confirmou, no dia 22 de junho, que a embarcação havia implodido no mesmo dia da descida. Os destroços foram encontrados a cerca de 500 metros da proa do Titanic.
Cinco vidas perdidas em poucos segundos
O Titan levava cinco pessoas, entre elas o CEO da OceanGate, Stockton Rush, o renomado mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, o empresário britânico Hamish Harding, e o paquistanês Shahzada Dawood, acompanhado do filho Suleman Dawood.
De acordo com o jornalista Josh Dean, especialista em exploração submarina, os ocupantes não tiveram tempo de reagir. “A implosão ocorreu mais rápido do que o cérebro é capaz de processar”, explicou Dean à revista PEOPLE.
Causa da implosão ainda é incerta
Dois anos após o acidente, as causas exatas da implosão permanecem oficialmente indeterminadas. No entanto, especialistas apontam falhas estruturais no casco do submersível como principal hipótese. Um estudo da Universidade de Houston identificou imperfeições microscópicas na fibra de carbono como possíveis responsáveis pela ruptura. Investigações também apontaram falhas na janela acrílica, na cola que unia o casco e até no processo de fabricação.
A expectativa é que o relatório final da Guarda Costeira traga mais esclarecimentos, mas o documento ainda aguarda a assinatura do comandante da instituição para ser tornado público, como explicou o diretor do documentário, Mark Monroe.
Recuperação dos destroços foi realizada em duas etapas
Mesmo com a confirmação da implosão poucos dias após o acidente, a recuperação dos destroços levou meses. A primeira operação ocorreu no fim de junho de 2023, quando partes do submersível e restos mortais foram levados aos Estados Unidos. A segunda etapa, em outubro do mesmo ano, completou o resgate do que restava da embarcação.
Histórico de falhas e negligência agravam polêmica
A tragédia ganhou contornos ainda mais controversos quando informações internas sobre a negligência da OceanGate vieram à tona. Documentos revelados pela revista Wired mostram que ex-funcionários alertaram repetidamente para falhas de segurança. Um engenheiro-chefe recusou-se a participar de um teste e foi demitido. Outro colaborador, David Lochridge, chegou a elaborar um relatório detalhado apontando irregularidades e também acabou afastado.
Além disso, incidentes anteriores levantavam sérias dúvidas sobre a confiabilidade do Titan. O submersível apresentou falhas de comunicação, sons de estalos durante mergulhos, e chegou a perder o controle em uma das viagens. Em outra ocasião, os passageiros precisaram balançar o equipamento para liberar os pesos e subir à superfície.
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