A série Monstro: A História de Ed Gein dramatiza a trajetória do homem conhecido como “O Açougueiro de Plainfield”, explorando sua infância conturbada, a relação doentia com a mãe Augusta e o colapso mental que o levou a cometer crimes hediondos. A produção da Netflix também aborda o impacto cultural de seus atos, mostrando como sua figura se tornou símbolo de um novo tipo de terror americano.
Apesar de basear-se em eventos reais, a série toma liberdades criativas para reforçar o drama e a tensão psicológica. A seguir, veja as principais diferenças entre o que é mostrado na tela e o que realmente aconteceu.
As diferenças entre a série Monstro: A História de Ed Gein e o caso real
Relações fictícias e personagens criados
Na série, são apresentados personagens e relacionamentos que não existiram de fato, como uma suposta ligação amorosa entre Gein e uma mulher chamada Adeline Watkins. Na vida real, Gein não teve envolvimentos românticos conhecidos, sendo retratado pelos registros históricos como um homem recluso e socialmente isolado. Além disso, a série insere figuras simbólicas e referências culturais — como diretores de cinema e personagens do horror — para representar a influência de seus crimes na cultura pop.
Amplificação de eventos
A série intensifica alguns acontecimentos e inclui elementos inexistentes nos autos reais, como o uso de motosserra, que nunca foi uma arma utilizada por Gein. Essas adições têm o objetivo de aumentar o impacto visual e emocional da narrativa. Várias cenas também são apresentadas de forma mais explícita e dramática, buscando provocar o espectador, mesmo que se afastem dos fatos documentados.
Número de vítimas
Historicamente, Ed Gein confessou apenas dois assassinatos — o de Mary Hogan, em 1954, e o de Bernice Worden, em 1957. Embora fosse suspeito de outros crimes, não houve provas conclusivas. A série, no entanto, sugere um número maior de vítimas e reforça sua imagem como serial killer, ampliando o terror de sua história para além do que foi confirmado.
Ênfase psicológica e motivações
A produção da Netflix explora com intensidade a relação entre Gein e sua mãe, retratando Augusta como uma figura quase mítica, dominadora e punitiva. Essa abordagem se apoia em análises psicológicas posteriores, mas parte das motivações apresentadas são interpretativas. A série dramatiza o conflito interno de Gein, a repressão sexual e o fanatismo religioso, aprofundando o aspecto simbólico de seus atos.
Alterações na cronologia
Como ocorre em muitas adaptações, a série reorganiza a sequência dos fatos para criar um ritmo mais cinematográfico. Alguns eventos são condensados ou alterados de ordem para dar fluidez à narrativa, especialmente as cenas que retratam o período entre a morte da mãe e as descobertas dos crimes pela polícia.
A série Monstro: A História de Ed Gein mistura realidade e ficção para explorar o terror psicológico por trás de um dos crimes mais perturbadores dos Estados Unidos. Embora use bases históricas sólidas, o roteiro se permite dramatizar lacunas e criar interpretações que ampliam o impacto emocional da história. O resultado é uma obra envolvente, mas que exige do espectador o discernimento entre o que é fato e o que é construção artística.