A terceira temporada da série antológica Monstro, que aborda a história de Ed Gein, reacendeu o interesse por um dos criminosos mais infames dos Estados Unidos. A produção, criada por Ryan Murphy, vai além dos crimes cometidos pelo chamado “Açougueiro de Plainfield” e explora as possíveis influências que moldaram sua mente doentia — entre elas, uma figura sombria do regime nazista: Ilse Koch.
Interpretada por Vicky Krieps, Koch aparece como uma personagem central na narrativa, servindo de espelho e inspiração para os atos grotescos de Gein, vivido por Charlie Hunnam. Mas quem foi essa mulher que, décadas antes, se tornara símbolo de crueldade nos campos de concentração da Alemanha nazista?
Ilse Koch: a “Bruxa de Buchenwald” que chocou o mundo
Nascida em 1906, em Dresden, na Alemanha, Ilse Koch cresceu em uma família modesta e estudou contabilidade antes de se unir ao Partido Nazista em 1932. Dois anos depois, passou a trabalhar como secretária em um campo de concentração e se casou com Karl-Otto Koch, comandante do campo de Buchenwald, um dos mais brutais do regime de Hitler.
No local, Ilse se destacou por sua perversidade. Testemunhas relataram que ela ordenava espancamentos, abusava de prisioneiros e escolhia vítimas com tatuagens para serem executadas. Os relatos mais chocantes afirmam que Koch usava a pele dessas pessoas para confeccionar objetos domésticos, como abajures, capas de livros e até luvas — práticas que mais tarde ecoariam nas ações de Ed Gein. Embora algumas dessas alegações nunca tenham sido comprovadas em tribunal, sua reputação como a “Bruxa” ou “Fera de Buchenwald” se consolidou.
Com o fim da guerra, Ilse foi julgada duas vezes. Na primeira, em 1947, foi condenada à prisão perpétua, mas acabou libertada alguns anos depois. No mesmo dia da soltura, foi novamente presa por autoridades da Alemanha Ocidental e julgada por crimes contra cidadãos alemães. Passou o resto da vida na prisão e, em 1967, cometeu suicídio, deixando uma carta ao filho em que afirmava não suportar mais viver.
A possível influência sobre Ed Gein
Embora não exista prova direta de que Ed Gein tenha se inspirado em Ilse Koch, a ligação simbólica entre os dois se tornou inevitável. Após sua prisão em 1957, o fazendeiro de Plainfield confessou dois assassinatos, os de Bernice Worden e Mary Hogan, e revelou ter violado sepulturas para retirar partes de corpos humanos, que usava na confecção de móveis, máscaras e roupas feitas de pele.
Durante as investigações, descobriu-se que Gein era leitor assíduo de revistas sensacionalistas e artigos sobre crimes de guerra. Nos anos 1940 e 1950, os julgamentos de Ilse Koch receberam ampla cobertura da imprensa norte-americana, com jornais publicando detalhes escabrosos de seus crimes e lotando tribunais com repórteres. É provável que Gein tenha tomado conhecimento desses relatos, e que eles tenham contribuído para alimentar seu fascínio mórbido por restos humanos.
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