Jon Cryer abriu o jogo sobre os bastidores de Two and a Half Men e surpreendeu ao revelar que recebia apenas um terço do salário de Charlie Sheen, seu parceiro de cena durante oito temporadas. O ator, conhecido por viver Alan Harper, comentou o assunto no documentário aka Charlie Sheen, disponível na Netflix.
Segundo Cryer, mesmo em meio ao colapso pessoal e profissional de Sheen, marcado por problemas com drogas e declarações polêmicas, ele conseguiu negociar contratos milionários. “Ele estava desmoronando em todos os sentidos que se possa imaginar e, ainda assim, conseguiu renegociar para mais um ano de uma série da qual eu também fazia parte”, disse.
A comparação com um ditador
Para ilustrar a situação, Cryer comparou o comportamento do colega ao do ex-líder norte-coreano Kim Jong-Il. O ator explicou que, assim como o ditador que recebia ajuda internacional apesar de atitudes hostis, Sheen também acabava sendo recompensado financeiramente em meio ao caos. “As negociações dele saíram do controle porque sua vida estava em ruínas. Eu, que estava em um bom momento, acabei ficando com um terço do que ele recebia”, completou (via Deadline).
Os números por trás do contrato
De acordo com a Forbes, Sheen chegou a receber 1,9 milhão de dólares por episódio na oitava temporada, valor que lhe garantiu cerca de 30 milhões de dólares apenas pelos 16 episódios gravados antes de sua saída (via Variety). Cryer, por outro lado, viu sua remuneração estacionar em patamares bem menores, mesmo sendo peça fundamental da série.
A disparidade foi resultado de um acordo entre a emissora CBS e Sheen, já que a empresa havia pré-vendido temporadas adicionais do programa, o que a obrigava a investir pesado para manter o protagonista no elenco, apesar das polêmicas.
O colapso e a demissão de Sheen
O estrelato de Sheen em Two and a Half Men chegou ao fim em 2011, após ataques públicos ao criador da série, Chuck Lorre, e críticas à Warner Bros. e à CBS. A temporada foi encurtada, e Ashton Kutcher entrou para substituir o astro. Sheen processou a emissora por 100 milhões de dólares, mas o caso terminou em um acordo de 25 milhões.
Após a demissão, o ator ainda enfrentou uma série de escândalos, mas hoje, oito anos sóbrio, afirma olhar para aquele período com mais maturidade. “Acredito que somos a soma de todas as nossas experiências, boas e ruins. Se vou pregar isso, também tenho que aceitar isso para mim”, declarou em entrevista à E! News.
Relação entre os colegas
Apesar das tensões, Sheen demonstrou gratidão pelos comentários de Cryer no documentário. Em entrevista à People, disse ter ficado tocado pela forma honesta e compassiva com que o colega expôs a situação. Ele revelou até ter enviado uma mensagem de agradecimento. “Escrevi para ele dizendo: ‘Obrigado pelas suas palavras e me desculpe por não termos nos conectado pessoalmente’. Espero que ele me mande o número novo dele”, brincou.
Já Cryer, que permaneceu na série até o fim, reforçou que sua participação no documentário foi cercada de cautela. “Não estou aqui para derrubá-lo nem para construí-lo. Espero apenas que dessa vez não acabe mal”, disse.
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