O final da segunda temporada de Pacificador marcou um dos momentos mais decisivos do novo Universo DC. A série, criada e dirigida por James Gunn, terminou com um gancho que não apenas redefine o destino de Christopher Smith, vivido por John Cena, mas também estabelece a base narrativa para Superman: Homem do Amanhã, sequência do filme de 2025 e peça central da nova fase da franquia.
Segundo o próprio Gunn, os acontecimentos do último episódio de Pacificador estão diretamente ligados ao enredo do novo longa. “Onde Chris está no final, o que está acontecendo entre o governo e os meta-humanos, a nova parceria de Rick e Lex e todas as suas decisões fazem parte do futuro, Homem do Amanhã e muito mais”, afirmou o cineasta no Threads.
O nascimento de Salvação, o planeta-prisão
O oitavo episódio, intitulado Full Nelson, apresenta o Planeta Salvação, um mundo alternativo descoberto pela equipe da ARGUS através da Câmara de Desdobramento Quântico. A tecnologia permite acessar dimensões paralelas, e é justamente por meio dela que Rick Flag Sr., interpretado por Frank Grillo, encontra uma realidade aparentemente perfeita.
No entanto, o que parecia um refúgio seguro revela-se uma ferramenta de controle. Usando sua posição como chefe de segurança do governo americano, Flag convence as autoridades a transformar o planeta em uma prisão interdimensional para metahumanos. Seu verdadeiro objetivo, porém, é mais sombrio: eliminar de vez todos os superpoderosos da Terra.
O primeiro prisioneiro de Salvação é o próprio Pacificador. Mesmo sem poderes, ele é lançado no planeta por Flag como vingança pela morte de seu filho, Rick Flag Jr., ocorrida em O Esquadrão Suicida (2021). Isolado e cercado por criaturas misteriosas, Chris Smith se vê novamente em uma luta pela sobrevivência, desta vez, em um mundo totalmente desconhecido.
Conexão direta com Superman e Lex Luthor
A grande ponte entre Pacificador e Homem do Amanhã está na aliança entre Rick Flag Sr. e Lex Luthor, vivido por Nicholas Hoult. A série mostra como o governo e o empresário unem forças para implementar o projeto Salvação, sob o pretexto de garantir segurança global. Essa parceria coloca em risco não apenas os metahumanos, mas também o próprio equilíbrio político do planeta.
Nos bastidores, Gunn já havia confirmado que Homem do Amanhã explorará a complexa relação entre Luthor e Superman, agora interpretado por David Corenswet. A trama deve mostrar os dois personagens sendo forçados a cooperar diante de uma ameaça maior. Tudo indica que essa ameaça virá justamente do planeta Salvação, que pode abrigar perigos interdimensionais ligados a forças muito mais antigas.
Entre as especulações mais fortes está a presença de Brainiac, possível vilão central do filme, ou até mesmo Darkseid e seus asseclas de Apokolips. Nos quadrinhos, o planeta Salvação (também chamado de Cygnus 4019) é utilizado pelos Novos Deuses como campo de treinamento militar, e sua ligação com o universo cósmico da DC abre espaço para essas figuras icônicas retornarem às telas.
A inspiração nos quadrinhos
O conceito de Salvação vem da minissérie Salvation Run, publicada entre 2007 e 2008 pela DC. Escrita por Bill Willingham e Lilah Sturges, e inspirada em uma ideia de George R. R. Martin, a história acompanha uma decisão drástica de Amanda Waller e Rick Flag, que exilam dezenas de vilões perigosos em um planeta distante, sem chance de retorno.
O que começa como uma tentativa de manter a Terra segura transforma-se em um pesadelo. Os vilões descobrem que o planeta é hostil e habitado por criaturas leais a Darkseid. Divididos em facções lideradas por Lex Luthor e Coringa, eles iniciam uma guerra brutal pela sobrevivência.
James Gunn reconheceu publicamente que esse arco foi a principal inspiração para o enredo da série. Segundo ele, o interesse estava em explorar as consequências morais e políticas de um governo que decide “se livrar” de seus problemas enviando pessoas indesejadas a outro mundo.
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