A série It: Bem-Vindos a Derry coloca Bob Gray no centro de uma revelação que reconfigura a mitologia criada por Stephen King. O personagem, antes apenas citado como um nome curioso usado pela criatura, finalmente ganha história própria e relevância narrativa. O sétimo episódio aprofunda a trajetória do palhaço de circo que existiu décadas antes dos eventos vistos nos filmes e se tornou a base humana do temido Pennywise.
Quem foi Bob Gray

Bob Gray aparece como um artista itinerante no ano de 1908, trabalhando em um carnaval que viaja pelo interior e apresentando o número de Pennywise, o Palhaço Dançarino. Era um profissional popular entre as crianças e um pai dedicado à filha Ingrid, que o acompanhava em suas rotinas e sonhava em dividir o palco com ele. Segundo os criadores da série, entre eles Andy Muschietti e o co-showrunner Jason Fuchs, Bob era um palhaço talentoso e emocionalmente fragilizado após a morte da esposa, sustentado apenas pelo desejo de voltar ao circo principal.
Como a criatura encontrou Bob Gray

A transformação da criatura em Pennywise começa quando It observa a forte conexão emocional entre Bob Gray e seu público infantil. De acordo com os comentários de Jason Fuchs no material de bastidores lançado pela produção, It se interessou pela capacidade do palhaço de atrair crianças com naturalidade, um elemento estratégico para uma entidade que se alimenta de medos infantis.
A série mostra que It, usando a forma de uma criança, aproxima-se de Bob nas imediações do carnaval. O episódio revela que o monstro utiliza a vulnerabilidade do artista, que descansava após uma apresentação, para atraí-lo à floresta. A partir desse encontro, Bob desaparece misteriosamente, e Ingrid recebe dias depois um lenço ensanguentado com as iniciais do pai.
Por que Pennywise se tornou a forma preferida de It

A decisão da criatura de assumir a identidade de Pennywise resulta de uma observação calculada. Conforme explicou Jason Fuchs nos bastidores do pós-episódio, It percebeu que o artista conseguia hipnotizar crianças com facilidade e considerou esse disfarce a maneira mais eficiente de garantir vítimas constantes. A figura do palhaço era reconhecida, atraente e familiar para o público infantil, o que tornava a aproximação do monstro muito mais simples e eficaz.
Andy Muschietti, criador da série e diretor dos filmes anteriores, também reforçou em entrevistas citadas no próprio episódio que a produção queria explorar um ponto pouco detalhado no romance de Stephen King (via Esquire). Muschietti declarou que a pergunta sobre quem era Bob Gray sempre esteve presente em suas conversas com Bill Skarsgard, e isso motivou a expansão do passado humano por trás do disfarce do monstro.
Ingrid Kersh e o peso emocional da revelação

A herança de Bob Gray continua viva por meio de Ingrid, sua filha, que cresce obcecada por encontrar o pai desaparecido. A série a mostra, décadas depois, trabalhando no manicômio Juniper Hill e ouvindo relatos perturbadores de pacientes que afirmam ter visto um palhaço chamado Pennywise. A personagem acredita ver ali um sinal da presença do pai e mergulha em um estado crescente de delírio. Em entrevista ao The New York Times, a atriz Madeleine Stowe, intérprete de Ingrid, disse que a personagem vive presa emocionalmente ao dia do desaparecimento do pai, incapaz de amadurecer após o trauma.
Quando Ingrid finalmente reencontra o monstro em 1962, a verdade se impõe de forma brutal. A criatura mantém a aparência de Pennywise, mas o reencontro deixa claro que o ser sobrenatural apenas imita o homem que ela conheceu.
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