IT: Bem-Vindos a Derry conclui sua primeira temporada apostando em uma conexão direta e emocional com os filmes lançados em 2017 e 2019. O episódio final da série da HBO encerra o arco ambientado em 1962 e utiliza uma cena pós-créditos ambientada décadas depois para reposicionar momentos centrais da franquia, especialmente no que diz respeito à trajetória de Beverly Marsh.
Um salto temporal que muda a leitura da franquia

A produção criada por Andy e Barbara Muschietti utiliza um salto para 1988, apenas um ano antes dos eventos do primeiro filme, para mostrar Ingrid Kersh já idosa e internada no hospital psiquiátrico Juniper Hill. A sequência ganha peso ao apresentar o retorno de Sophia Lillis como a jovem Beverly Marsh, em uma cena que revela o suicídio de Elfrida Marsh, mãe da personagem.
Essa informação, apenas sugerida em IT: Capítulo Dois, é detalhada pela primeira vez, revelando que Elfrida estava internada na mesma instituição e havia feito diversas tentativas anteriores. O momento reforça a origem de traumas que moldariam a vida de Beverly e aprofunda a compreensão de sua relação familiar.
A cena final estabelece que Beverly conheceu Ingrid Kersh no pior dia de sua infância, elemento que ressignifica completamente uma das passagens mais perturbadoras de IT: Capítulo Dois. No filme de 2019, Pennywise assume a forma da Sra. Kersh para aterrorizar Beverly adulta, sem que o motivo dessa escolha fosse plenamente explicado.
Em entrevista ao ScreenRant, o co-criador e showrunner Jason Fuchs afirmou que a intenção da série foi justamente oferecer uma nova leitura desse momento. Segundo ele, Pennywise explora memórias profundamente enterradas, e o encontro entre Beverly e a verdadeira Sra. Kersh no hospital se torna a raiz emocional daquele terror posterior.
Uma ideia de última hora que mudou o final

Andy Muschietti revelou em conversa com a Entertainment Weekly que o epílogo não fazia parte do plano original da temporada. A decisão de incluir o retorno de Beverly surgiu durante as refilmagens finais, quando o diretor sentiu falta de um elo visual mais forte com os longas-metragens.
A escolha por Beverly se deu tanto pela importância da personagem quanto pela viabilidade prática. Segundo Muschietti, Sophia Lillis poderia retornar sem a necessidade de rejuvenescimento digital, o que tornou a ideia possível dentro das limitações de tempo e orçamento.
O último papel de Joan Gregson

A sequência também marca a última atuação de Joan Gregson, que reprisa o papel da Sra. Kersh. A atriz faleceu aos 92 anos, apenas dois meses após gravar a cena. Em entrevista à Variety, Barbara Muschietti destacou o impacto emocional do momento para toda a equipe e descreveu a participação como uma despedida especial de uma atriz admirada por todos.
A decisão de trazê-la de volta surgiu após um comentário casual de um operador de câmera que havia trabalhado recentemente com Gregson. Mesmo sem orçamento adicional, a produção optou por cortar efeitos visuais para viabilizar a gravação da cena.
Pennywise além do tempo e o futuro da série

O encerramento da temporada também reforça a natureza atemporal de Pennywise, sugerindo que a entidade não percebe o tempo de forma linear. Essa característica abre espaço para a expansão da narrativa em diferentes períodos históricos de Derry.
Andy e Barbara Muschietti confirmaram à Variety que a intenção criativa é ambientar uma eventual segunda temporada em 1935, explorando um ciclo anterior do despertar da criatura. Embora a HBO ainda não tenha anunciado oficialmente a renovação, o desfecho deixa claro que IT: Bem-Vindos a Derry foi concebida como o primeiro capítulo de uma história maior.
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