O relacionamento entre Ney Matogrosso e Cazuza entrou para a história da música brasileira não apenas por unir dois ícones da arte nacional, mas também pela intensidade de sentimentos e conflitos que marcaram os poucos meses em que estiveram juntos como casal. O romance, que durou cerca de três meses no final dos anos 1970, voltou à tona com o lançamento da cinebiografia Homem com H, na qual Ney revive episódios marcantes de sua vida pessoal, incluindo o conturbado fim com o “Poeta do Rock”.
Diferenças de personalidade marcaram a convivência
Segundo Ney Matogrosso, o relacionamento foi intenso desde o início. Eles se conheceram em 1979, quando Cazuza tinha apenas 17 anos e Ney, 39, já era uma figura consagrada na música brasileira. A diferença de idade, segundo o próprio Ney, nunca foi um problema, mas a convivência se mostrou um grande desafio.
Em entrevistas recentes, o artista relatou que Cazuza apresentava duas facetas bem distintas. Em público, era explosivo, irreverente, abusava de drogas e se envolvia em comportamentos autodestrutivos. Em casa, porém, revelava-se doce, encantador e sensível. “Foi uma das pessoas mais encantadoras que conheci”, afirmou Ney, com a serenidade de quem reconhece a profundidade do que viveram, mesmo que por pouco tempo.
O fim turbulento do romance
O término do relacionamento foi marcado por um episódio tenso que Ney nunca havia exposto com tantos detalhes até recentemente. Após Cazuza desaparecer por quatro dias, ele voltou à casa de Ney alterado, malcheiroso e acompanhado de um traficante. A discussão que se seguiu terminou de forma violenta. “Cazuza cuspiu em mim, e aí eu dei um tapa na cara dele e mandei ir embora”, contou Ney.
Apesar da cena forte, o rompimento não selou o fim do carinho entre os dois. O vínculo emocional resistiu ao fim do namoro e se transformou em uma amizade profunda e duradoura. “Seguimos nos amando, mas sem sexo”, disse Ney, destacando a complexidade e a permanência dos laços que os uniram.
A amizade que resistiu ao tempo e à dor
Mesmo após a separação, Ney Matogrosso esteve presente nos momentos mais difíceis da vida de Cazuza, especialmente durante o período em que o cantor lutava contra o HIV. Morando próximos, Ney fazia visitas constantes e ajudava como podia, inclusive com pequenos gestos de carinho, como massagens nos pés do ex-companheiro. A relação, embora sem o romantismo do início, manteve-se firme até os últimos dias de Cazuza, que morreu em 1990, dois dias antes de Marco de Maria, outro parceiro importante na vida de Ney.
Reencontros com o passado no cinema
A cinebiografia Homem com H, que traz Jesuíta Barbosa no papel de Ney, revisita não apenas a trajetória artística do cantor, mas também episódios íntimos como o namoro com Cazuza e a perda de companheiros para a Aids. Em um dos relatos mais tocantes, Ney contou ter desabado emocionalmente ao assistir à cena da morte de Marco de Maria durante as filmagens. Apesar de se considerar um homem forte, ele não conteve as lágrimas ao reviver o momento, o que mostra o quanto essas memórias ainda o impactam.
A presença desses relacionamentos no filme é tratada com delicadeza e profundidade, revelando não apenas o lado afetivo de Ney Matogrosso, mas também os dilemas de uma geração marcada pelo estigma da Aids e pelas contradições da liberdade afetiva em tempos hostis.
Confira também:
- Os melhores filmes da Marvel e da DC
- Séries que você precisa assistir se gostou de Virgin River
- Séries que você precisa assistir se gostou de 1992
- K-Dramas que você precisa assistir se gostou de Meninos Antes de Flores
- Séries que você precisa assistir se gostou de Irracional