Seong Gi-hun, o protagonista que conquistou o público desde a primeira temporada de Round 6, tem seu desfecho selado de forma comovente e trágica na terceira temporada. O personagem, que iniciou sua trajetória como um pai endividado e emocionalmente ausente, termina sua participação na série com um gesto de sacrifício que reverbera como um grito de humanidade em meio à barbárie do jogo.
A construção do destino de Gi-hun foi feita ao longo de três temporadas. Desde sua vitória inicial até o retorno voluntário para desmantelar o sistema por dentro, sua transformação foi marcada por dores, perdas e escolhas difíceis.
A decisão fatal no último jogo
No episódio final da terceira temporada, Gi-hun enfrenta a rodada final do jogo mais mortal da série. Diferente do primeiro jogo de Round 6, a versão derradeira ocorre sobre plataformas elevadas, onde os jogadores precisam empurrar outros para a morte a fim de avançar. Quando restam apenas três: Gi-hun, o bebê de Jun-hee e Myung-gi (pai da criança), a tensão alcança o ápice.
Myung-gi, movido pela ganância, tenta matar tanto o próprio filho quanto Gi-hun para vencer. No confronto, ele acaba caindo da plataforma. Porém, Gi-hun percebe que ainda não havia acionado o botão que inicia oficialmente o jogo, o que invalida a morte do oponente. Alguém ainda precisa morrer para que haja um vencedor.
Diante da escolha mais cruel de sua vida, Gi-hun opta por se sacrificar. Recusa a possibilidade de matar o bebê e entrega sua vida para que a criança viva. Seu salto representa uma ruptura simbólica com tudo que o jogo representa. Ele se nega a perpetuar a lógica da violência e da competição, mesmo que isso custe a própria existência.
O desfecho de um personagem marcado pela empatia
O gesto final de Gi-hun surpreende até os VIPs, figuras que assistem às mortes com entusiasmo e que o viam como um competidor previsível. Esperavam que ele vencesse pela segunda vez, consolidando-se como o único bicampeão da história do jogo. No entanto, sua ação final contraria todas as expectativas e reafirma sua jornada de crescimento.
Gi-hun começa a série como um pai falho e um homem desiludido. Ao longo dos episódios, ele se humaniza diante do horror e passa a lutar pelos outros. Seu último ato o eleva a um novo patamar ético, tornando-se a figura que escolhe morrer para salvar uma vida inocente — algo que o próprio pai da criança não teve coragem de fazer.
As últimas palavras carregadas de significado
Antes de cair da plataforma, Gi-hun olha diretamente para a sala onde os VIPs e o Front Man observam tudo. Suas palavras finais são: “Nós não somos cavalos. Somos humanos. Humanos são…” A frase permanece incompleta, interrompida pela queda.
Essa fala remete a uma metáfora presente desde a primeira temporada: a comparação entre os jogadores e cavalos de corrida. Gi-hun, que era apostador compulsivo, agora denuncia o sistema que transforma seres humanos em entretenimento para ricos desumanizados. Ao se referir aos jogadores como “humanos”, ele recusa a lógica de objetificação e reafirma a dignidade de todos os participantes.
O final abrupto da frase convida o público à reflexão. Em vez de reduzir os seres humanos a um conceito simplista, Gi-hun deixa em aberto a complexidade da condição humana. Ao contrário do Front Man, que enxerga os participantes como seres descartáveis e egoístas, Gi-hun acredita na pluralidade e no valor de cada vida, mesmo aquelas imperfeitas.
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