Perdido na Montanha chegou recentemente ao catálogo da Netflix trazendo uma das histórias reais mais comoventes e inspiradoras já vividas por uma criança. O filme, baseado fielmente na experiência de Donn Fendler, um garoto de 12 anos que se perdeu por nove dias nas florestas de Mount Katahdin, em 1939, impressiona não apenas pelo realismo da narrativa, mas também pela força emocional de sua conclusão. Mas o que, de fato, aconteceu com Donn? Como ele sobreviveu? E o que a obra quer transmitir ao final?
A tragédia anunciada: como tudo começou
Donn Fendler, então com apenas 12 anos, embarcou em uma caminhada ao lado de seu pai, seus irmãos e um guia experiente rumo ao topo do Monte Katahdin, a montanha mais alta do estado do Maine, nos Estados Unidos. O plano inicial era substituir uma prometida pescaria por uma escalada rápida, algo que, na visão do pai, serviria para “endurecer” os filhos diante de um mundo em crise econômica e às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Durante a subida, no entanto, uma forte tempestade atingiu a região. Determinado a provar seu valor, Donn se recusou a interromper a subida, mesmo quando seu pai sugeriu encerrar a aventura. A partir daí, tudo saiu do controle. Ao tentar descer sozinho para escapar do temporal, o garoto se perdeu completamente, mergulhando em um dos episódios de sobrevivência mais impressionantes do século XX.
Os nove dias perdidos
Ao perceber que estava sozinho no meio da floresta, Donn se viu diante de um desafio que poucos adultos suportariam. Com roupas inadequadas, sem comida e rodeado por um ambiente selvagem e hostil, ele precisou recorrer ao pouco que sabia sobre sobrevivência — apesar de o filme não enfatizar diretamente sua experiência como escoteiro, algo mencionado em diversas fontes históricas.
Durante nove dias, Donn percorreu mais de 130 quilômetros por trilhas irregulares, cruzou riachos gelados, enfrentou frio, fome, sede extrema e centenas de picadas de insetos. Suas orações e o mantra repetido em sua mente — “Press on” (“siga em frente”) — tornaram-se fundamentais para manter sua esperança. Mesmo machucado, desorientado e com os pés dilacerados, o garoto não desistiu.
Enquanto isso, um dos maiores esforços de busca da história dos Estados Unidos se desenrolava. Moradores locais, escoteiros, a guarda estadual, o Exército e até a Polícia de Nova York participaram das buscas, com apoio até mesmo do presidente Franklin D. Roosevelt. Mas, conforme os dias passavam sem notícias, a esperança parecia se esvair.
O reencontro inesperado: a virada da história
Quando já se temia o pior, Donn surgiu milagrosamente em um acampamento de caçadores. Desidratado, 16 quilos mais magro e coberto por feridas, ele foi acolhido por um casal de idosos que o ajudou a reencontrar sua família. A cena da ligação de Donn para a mãe é retratada com emoção no filme e sintetiza o alívio coletivo de um país que acompanhava a busca com angústia.
Esse desfecho, ao contrário do que o tom sombrio do filme sugere inicialmente, reforça uma mensagem de esperança. A sobrevivência de Donn não foi apenas uma vitória individual, mas um símbolo de fé, perseverança e da força do apoio coletivo.
Confira também:
- Os melhores filmes da Marvel e da DC
- Séries que você precisa assistir se gostou de Virgin River
- Séries que você precisa assistir se gostou de 1992
- K-Dramas que você precisa assistir se gostou de Meninos Antes de Flores
- Séries que você precisa assistir se gostou de Irracional