IT: Bem-Vindos a Derry encerra sua primeira temporada com uma reviravolta ambiciosa que altera profundamente a compreensão do mito de Pennywise e reposiciona a série dentro da cronologia da franquia. O episódio final não apenas amplia a mitologia apresentada nos filmes, como introduz um conceito central que deve orientar os rumos narrativos das próximas temporadas: a relação da criatura com o tempo.
Uma entidade que não vive o tempo de forma linear

A série da HBO revela que Pennywise não experimenta o tempo como os humanos. Para a entidade, passado, presente e futuro coexistem simultaneamente, o que explica como ele é capaz de conhecer eventos que ainda não aconteceram dentro da linha temporal principal da história, ambientada em 1962. Essa ideia ganha força em uma cena decisiva na qual o palhaço confronta Marge e exibe um cartaz de desaparecimento de Richie Tozier, personagem que sequer havia nascido naquele período.
Essa revelação estabelece Pennywise como algo além de um predador sobrenatural. A criatura passa a ser retratada como uma força cósmica, capaz de observar a história de Derry como um todo, sem se prender à ordem cronológica dos acontecimentos, o que amplia significativamente o alcance de sua ameaça.
A importância de Richie Tozier no plano de Pennywise

O episódio final confirma que Marge é a mãe de Richie Tozier, membro fundamental do Clube dos Perdedores e peça-chave na derrota definitiva de Pennywise nos eventos retratados em 2016. Ao reconhecer Richie como uma ameaça inevitável à sua existência, a entidade passa a agir de forma estratégica, mirando não apenas vítimas imediatas, mas também as linhagens familiares que levariam à sua queda.
Essa abordagem deixa claro que o terror imposto por Pennywise não se limita ao medo individual. O vilão passa a caçar futuros possíveis, tratando o tempo como um tabuleiro no qual tenta eliminar, ainda na origem, aqueles que representam seu fim.
Um vilão consciente do próprio destino

A produção também reforça que a derrota de Pennywise em IT: Capítulo Dois é definitiva. A criatura sabe que não existe além de 2016 em um sentido físico tradicional, o que torna suas ações em 1962 ainda mais desesperadas. Diferente de encarnações anteriores do personagem, aqui o palhaço age movido pelo medo da extinção.
Esse detalhe adiciona uma camada trágica ao antagonista. Ao tentar alterar o passado para impedir sua derrota futura, Pennywise cria um paradoxo inevitável. Caso tenha sucesso, o evento que motivou sua intervenção deixaria de existir, aprisionando-o em um ciclo do qual não consegue escapar.
Paradoxos que limitam a ameaça

Ao flertar com viagens no tempo, a série introduz contradições deliberadas. Se Pennywise enxerga todas as linhas temporais simultaneamente, qualquer alteração bem-sucedida no passado já deveria estar refletida em sua percepção. O fato de ele ainda temer a própria derrota sugere que sua consciência temporal não equivale a um controle absoluto da realidade.
Esse limite é essencial para preservar o peso dramático da franquia. Pennywise permanece uma força aterradora, mas não invencível, o que mantém válida e significativa sua destruição nos filmes.
A conexão direta com IT: Capítulo Dois

Nos minutos finais, a narrativa estabelece uma ligação direta com os longas-metragens ao mostrar Ingrid Kersh sendo internada no hospital psiquiátrico Juniper Hill e, anos depois, presenciando a morte de Elfrida Marsh, mãe de Beverly. A cena apresenta uma jovem Beverly Marsh, novamente interpretada por Sophia Lillis.
Esse encontro recontextualiza uma das sequências mais perturbadoras de IT: Capítulo Dois, quando Pennywise assume a forma da Sra. Kersh para atormentar Beverly adulta. A série deixa claro que aquela figura não foi escolhida ao acaso, mas representa um dos momentos mais traumáticos da infância da personagem.
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