No episódio 5 da segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, a série apresenta uma das descrições mais detalhadas e impactantes da verdadeira forma de Sauron. Ao longo da primeira temporada, o vilão manteve-se disfarçado como Halbrand, o rei das Terras do Sul, manipulando eventos sem revelar sua identidade. No entanto, a segunda temporada explora de maneira mais profunda a habilidade de Sauron de mudar de forma, característica central de sua natureza. Um exemplo disso é sua aparição como Annatar, a forma benevolente que utiliza para enganar os elfos e convencê-los a forjar os Anéis de Poder.
No quinto episódio, ocorre um dos momentos mais marcantes da temporada, quando Mirdania, ao tentar redimensionar um dos anéis, tem um vislumbre da verdadeira essência de Sauron. Durante o processo, Mirdania é transportada para o Reino Invisível, onde experimenta uma visão aterradora do vilão. Inicialmente, ela acredita estar observando a forja, mas logo percebe que está diante de uma criatura imponente com “pele de chamas” e olhos “impiedosos”, características que remetem à natureza sombria e malévola de Sauron. Profundamente abalada pela experiência, Mirdania compartilha suas observações com Celebrimbor, sugerindo que a presença de Sauron está entre eles, ainda disfarçado como Annatar, mas sem reconhecer a conexão completa.
Essa descrição de Sauron oferece aos espectadores de Os Anéis de Poder uma nova perspectiva sobre a verdadeira forma do vilão, lembrando a representação icônica do “Olho de Sauron” na trilogia de filmes dirigida por Peter Jackson. Nos filmes, o Olho flamejante, no topo da torre de Barad-dûr em Mordor, simboliza a presença e influência do vilão sobre a Terra-média. Na série da Amazon, embora Sauron assuma uma forma física como Annatar, a sugestão de que sua verdadeira essência é composta por fogo e sombras cria um elo com a adaptação cinematográfica e com o próprio texto de J.R.R. Tolkien.
A conexão entre a descrição feita por Mirdania e o simbolismo do Olho de Sauron não é apenas um aceno aos filmes, mas também está enraizada nos escritos de Tolkien. Em suas obras, embora Sauron não tenha uma forma física definida, ele é muitas vezes descrito como sendo feito de sombra e fogo, especialmente após sua queda no final da Segunda Era. Como um Maia, Sauron é um ser espiritual e, portanto, sua aparência física é mutável, refletindo sua natureza manipuladora e sua capacidade de enganar.
O episódio 5 de Os Anéis de Poder utiliza esse conceito ao apresentar Sauron não apenas como um inimigo físico, mas como uma entidade de poder primordial. O impacto da visão de Mirdania, que testemunha uma criatura flamejante e aterrorizante, reforça a ideia de que Sauron é mais do que um simples vilão; ele é uma força cujo poder transcende a compreensão dos mortais. A série parece seguir fielmente o cânone de Tolkien, especialmente na forma como Sauron utiliza suas habilidades de metamorfose para enganar e corromper.
A representação de Sauron como uma criatura feita de fogo também está em sintonia com sua origem como Maia. Na mitologia de Tolkien, os Maiar são seres espirituais poderosos, e Sauron, antes de sua queda, era um dos mais poderosos servidores de Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro. Sua aparência “incendiária” reflete sua conexão com o fogo e a destruição, simbolizando o caos que ele traz à Terra-média.
Por fim, embora o episódio ofereça uma visão mais clara da verdadeira forma de Sauron, ele mantém o mistério em torno de sua identidade completa. Isso é consistente com a abordagem de Tolkien, que intencionalmente deixou muitos detalhes sobre Sauron e os Maiar abertos à interpretação. A série pode, no futuro, revelar mais sobre a verdadeira forma de Sauron, mas, até então, a escolha de deixar essa visão nebulosa e aterrorizante parece adequada para preservar a aura de temor que envolve o vilão.
Se passando milhares de anos antes dos eventos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, a série ocorre durante o período conhecido como a Segunda Era da Terra Média, mostrando a ascensão de Sauron ao poder e a criação dos Anéis do Poder. A produção foi criada por J. D. Payne e Patrick McKay com base na obra de J. R. R. Tolkien.
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