O protagonista Juan Salvo é o fio condutor da narrativa em O Eternauta, e suas visões enigmáticas ao longo da primeira temporada transformam o enredo em algo muito maior do que uma simples história de sobrevivência pós-apocalíptica. Ao longo dos seis episódios da série da Netflix, o personagem principal vivencia episódios que misturam realidade, memória e elementos do futuro, desafiando a linha do tempo convencional. Embora a produção opte por não oferecer explicações definitivas, há pistas suficientes para que o público formule teorias sobre o verdadeiro significado dessas visões.
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Um encontro com ele mesmo
A primeira visão significativa de Juan ocorre já no segundo episódio. Ao sair de casa, protegido por roupas improvisadas contra a neve tóxica, ele ouve um assobio que parece familiar. A sensação de desconforto é imediata, logo antes de avistar um homem idêntico a ele ao longe. Assustado, Juan decide fugir.
A cena sugere que o personagem está se deslocando entre dimensões ou momentos diferentes de sua própria existência. A figura que vê pode ser uma versão sua vinda do passado ou do futuro, possivelmente tentando alertá-lo sobre uma decisão importante ou evento iminente. Esse momento inicial lança a base para a ideia de que Juan é capaz de romper as barreiras do tempo e espaço.
Visões de um futuro devastador
Ainda no segundo episódio, após salvar sua esposa e enfrentar homens desesperados por uma máscara de proteção, Juan acaba desmaiando ao improvisar um modo de respirar com uma sacola plástica. Nesse estado de inconsciência, ele é tomado por uma sequência de visões intensas.
Entre lembranças da guerra e imagens de luzes vermelhas caindo do céu — que mais tarde aparecem de fato na trama —, Juan também presencia fragmentos da invasão alienígena. A visão é um indicativo de que ele está experimentando passado, presente e futuro simultaneamente, algo que será aprofundado nos episódios seguintes.
Antecipando o que ainda virá
No terceiro episódio, Juan volta a ter uma experiência semelhante ao pegar as chaves de um carro abandonado. A nova visão parece apresentar uma sequência de eventos que ele ainda está prestes a vivenciar. Logo após, ele “acorda” já sentado dentro do veículo, atordoado.
Esse momento reforça a tese de que Juan não apenas se lembra do que já aconteceu, mas é capaz de acessar memórias de um futuro ainda não vivido. É como se ele estivesse revivendo tudo dentro de uma linha do tempo cíclica, onde os limites entre as etapas de sua jornada já não são claros.
Quando passado e presente se encontram
O quinto episódio traz uma das visões mais simbólicas da série. Um jovem soldado, no meio de um combate, é atingido por uma explosão. Ao recobrar a consciência, vê Juan parado à sua frente. A revelação é sutil, mas poderosa: o jovem é o próprio Juan em um momento passado, enquanto o observador é sua versão mais velha.
Esse tipo de encontro ressignifica a trajetória do personagem, além de ser uma possível metáfora para os traumas de guerra, especialmente o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A série usa essa fusão entre temporalidades como uma forma de ilustrar as cicatrizes emocionais que Juan carrega.
O reencontro com uma vítima
No episódio final, durante uma emboscada, Juan mata vários humanos controlados mentalmente pelos alienígenas. Uma dessas vítimas é uma mulher que carrega um colar com pingente, revelando que tinha uma família. Em seguida, Juan tem outra visão: encontra a mesma mulher viva em um shopping center.
O diálogo entre eles sugere que, apesar da dominação alienígena, ela ainda mantém vestígios de consciência. A cena levanta a hipótese de que Juan esteja se conectando a realidades alternativas ou mesmo revendo pessoas que morreram em sua linha do tempo, mas vivem em outras. O encontro com a mulher reabre feridas morais e existenciais no protagonista.
Um déjà-vu com implicações maiores
Também no último episódio, Juan experimenta uma forte sensação de déjà-vu. Ele reconhece as ações e ambientes ao seu redor como se já os tivesse vivido. A explicação implícita é que suas visões anteriores eram, na verdade, janelas para o futuro, e agora ele está vivendo os momentos que já “viu”.
Esse momento indica que Juan pode usar esse dom para alterar eventos e evitar tragédias. A capacidade de ver o futuro torna-se um possível trunfo contra os invasores alienígenas. A renovação da série para uma segunda temporada promete explorar ainda mais essa habilidade.
A visão que mais importa: sua filha no futuro
A visão mais comovente ocorre quando Juan vê sua filha, Clara, treinando sob o controle dos alienígenas. A série já havia revelado que ela foi capturada e implantada com o dispositivo de controle mental. Apesar disso, Clara consegue resistir, o que indica que ainda há esperança de salvá-la.
Essa última visão estabelece o principal conflito emocional da narrativa: Juan precisa compreender suas habilidades e usá-las para evitar que sua filha seja dominada completamente. O tempo, neste caso, não é apenas um desafio, mas também uma chance.
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