O segundo episódio de It: Bem-Vindos a Derry trouxe não apenas sustos e mortes brutais, mas também um novo e intrigante elemento narrativo: a presença do exército norte-americano e seu envolvimento em uma missão secreta chamada Operação Precept. Ambientada nos anos 1960, durante o auge da Guerra Fria, a série mostra como a tensão entre Estados Unidos e União Soviética se entrelaça com o terror sobrenatural que há décadas assombra a cidade de Derry.
No segundo episódio, a trama militar ganha força ao apresentar o general Shaw, responsável por uma investigação que busca uma arma misteriosa supostamente capaz de encerrar o conflito mundial. O que ele não imagina é que essa “arma” está diretamente ligada à origem de Pennywise, o palhaço demoníaco que se alimenta do medo dos habitantes da cidade.
A missão secreta e o medo como combustível
De acordo com os registros apresentados na série, a Operação Precept é um programa confidencial do Departamento de Defesa cujo objetivo é localizar um artefato capaz de gerar terror suficiente para paralisar qualquer inimigo — em especial, os soviéticos. Shaw acredita que esse poder está enterrado em algum ponto de Derry e que certos “sinais”, chamados de beacons (ou balizas), podem levá-lo até a tal fonte de energia.
A busca é ilustrada por uma sequência em que um desses beacons é encontrado: um carro antigo cheio de cadáveres, dinheiro e armas, vestígios de um massacre ligado à gangue Bradley, cujas ações já haviam sido mencionadas nos livros de Stephen King. Esses objetos funcionam como vestígios dos ciclos de horror provocados por Pennywise, que, de tempos em tempos, desperta para semear medo e morte.
Leroy Hanlon: o homem sem medo
Entre os militares destacados para a missão, Leroy Hanlon se torna uma peça-chave. Veterano da Guerra da Coreia, ele sofreu uma lesão cerebral na amígdala, região do cérebro responsável pela reação de “luta ou fuga”. O ferimento o deixou incapaz de sentir medo, e é justamente essa característica que desperta o interesse do general Shaw.
Shaw acredita que Leroy é o único capaz de se aproximar do “arma” de Derry sem ser dominado pelo pavor que ela provoca. Para ele, controlar esse poder significaria a vitória definitiva dos Estados Unidos na Guerra Fria. O que o general ignora é que tentar usar o medo como ferramenta é brincar com uma força que nenhuma mente humana é capaz de dominar.
O elo com O Iluminado
Outro nome importante que surge em It: Bem-Vindos a Derry é Dick Hallorann, personagem conhecido dos fãs de O Iluminado. Ele aparece como parte da equipe militar que conduz as escavações em busca dos beacons. Dotado de uma habilidade psíquica que lhe permite perceber presenças sobrenaturais e comunicar-se telepaticamente, Hallorann é o único que sente que há algo profundamente errado com o que estão procurando.
Seu envolvimento na Operação Precept conecta o universo de It com outras obras de Stephen King, reforçando a ideia de que as histórias do autor coexistem em um mesmo multiverso literário, onde o medo é tanto uma arma quanto uma maldição.
A busca pelo terror como poder
O plano de Shaw, revelado aos poucos ao longo do episódio, é tão absurdo quanto ambicioso. Ele acredita que, se conseguir “domar” a entidade enterrada em Derry, poderá transformar o medo em um instrumento de poder militar, capaz de intimidar os adversários e garantir o fim da Guerra Fria sem a necessidade de armas nucleares.
No entanto, à medida que a trama avança, fica claro que o exército não compreende a natureza daquilo que está desenterrando. Pennywise não é uma arma a ser controlada, mas uma força ancestral que se alimenta das emoções humanas mais primordiais. Cada escavação, cada beacon encontrado, aproxima Derry de um novo ciclo de horror inevitável.
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