A série Andor, em seu nono episódio da segunda temporada, entrega um dos momentos mais impactantes do universo Star Wars recente ao recontar, com precisão política e narrativa, a gênese da Aliança Rebelde. Com um roteiro carregado de tensão, o episódio se destaca por unir eventos dramáticos, revisitar elementos clássicos da saga e ainda reescrever de maneira cuidadosa fatos mostrados em produções anteriores. A seguir, destrinchamos os principais pontos que tornam esse episódio um marco dentro da série.
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O Massacre de Ghorman e o ponto de ruptura de Mon Mothma
Mon Mothma é o centro moral e político do episódio. Após os eventos trágicos em Ghorman, onde o Império promove um massacre disfarçado de ação contra “terroristas”, a senadora decide que não pode mais manter as aparências. Durante anos, ela agiu nos bastidores, mas o horror vivido pelo povo de Ghorman a leva a romper com qualquer fachada de diplomacia. Seu discurso no Senado, acusando o próprio Imperador Palpatine de genocídio, é um marco dentro da trama.
Esse momento não apenas revela a coragem de Mon, mas simboliza o nascimento oficial da Rebelião como uma força organizada e vocal. Mesmo sabendo das consequências, ela opta por confrontar o regime de frente, cumprindo a promessa que fizera a Bail Organa: abandonar Coruscant no momento em que o Império ultrapassasse um limite inaceitável.
Uma reinterpretação ousada de Star Wars Rebels
O episódio 9 de Andor não apenas homenageia a animação Star Wars Rebels, como também altera a forma como os fãs compreendem os eventos mostrados ali. Enquanto a série animada indicava que a equipe da nave Ghost era responsável por resgatar Mon Mothma de Coruscant, Andor revela que Cassian Andor e Luthen Rael tiveram papel crucial nessa operação.
Contudo, essa discrepância não é uma falha, mas uma escolha narrativa intencional. A própria Rebelião, para proteger certas figuras e consolidar sua narrativa, altera os registros oficiais. O general Draven, por exemplo, decide esconder o envolvimento de Luthen, que é visto com desconfiança por parte dos rebeldes em Yavin IV. Assim, Andor reconfigura a história sem invalidá-la, mostrando como as versões oficiais nem sempre refletem a verdade dos bastidores.
Mon Mothma encara Palpatine publicamente
Outro ponto de destaque é a contundência do discurso de Mon Mothma. Pela primeira vez, ela nomeia Palpatine diretamente como o responsável pelos horrores imperiais. Em uma galáxia onde o Imperador raramente aparece e atua pelas sombras, a fala de Mon rompe o véu da dúvida entre os cidadãos que ainda acreditavam na legitimidade do governo central.
Essa denúncia pública semeia incertezas entre os simpatizantes do Império e fortalece a confiança entre os rebeldes. Ao tirar o nome de Palpatine das sombras, Mon transforma uma figura mitológica em um inimigo real, que pode — e deve — ser enfrentado.
A fuga de Coruscant e a ausência estratégica de Bail Organa
A operação para tirar Mon Mothma de Coruscant conta com a ajuda de Cassian e Erskin, um dos aliados da senadora. Após o discurso, ela é levada até um antigo esconderijo onde Cassian e Bix viveram, antes de ser transferida para a nave Ghost e, finalmente, levada a Yavin IV.
Apesar de seu comprometimento com a causa, Bail Organa decide permanecer na capital imperial. Segundo ele, a Rebelião ainda precisa de tempo para amadurecer. Sua permanência representa um esforço estratégico: manter olhos e ouvidos no coração do Império até o momento certo de agir.
Cassian e Bix se libertam da sombra de Luthen
O desfecho emocional do episódio envolve Bix e Cassian. Após compreender, com ajuda de um curandeiro sensitivo à Força, que Cassian desempenhará um papel vital para a Rebelião, Bix decide deixá-lo. Em uma mensagem gravada, ela expressa seu amor e sua esperança de reencontro, mas reconhece que sua presença pode ser um obstáculo para que Cassian atinja seu pleno potencial como rebelde.
Esse sacrifício pessoal permite que Cassian se comprometa totalmente à causa, abrindo caminho para os eventos que levarão ao roubo dos planos da Estrela da Morte. Enquanto isso, Luthen permanece isolado, uma figura cada vez mais marginalizada dentro da própria Rebelião que ajudou a criar.
Uma Aliança Rebelde ainda fragmentada
O episódio 9 revela que, mesmo após eventos tão marcantes, a Rebelião ainda está longe de ser unificada. O clima entre os rebeldes é de desconfiança. Luthen é tratado como um agente externo, Saw Gerrera segue radical em suas ações e até mesmo Cassian questiona a liderança de Yavin IV. A série escancara que, antes de se tornar a força coesa vista em Rogue One e na trilogia original, a Aliança precisou lidar com divisões internas e estratégias divergentes.
O dilema moral de Dedra Meero
Por fim, um dos arcos mais surpreendentes é o de Dedra Meero. Responsável direta pelo massacre de Ghorman, a oficial do Império entra em colapso emocional ao perceber o peso de suas ações. Mesmo sendo apresentada como uma vilã, Dedra é humanizada pela série, que mostra suas dúvidas e crises. A pergunta que paira é: ela continuará servindo cegamente ao Império ou tomará outro rumo?
Confira também:
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