O líder Kamehameha inicia o episódio 6 diante de um cenário de tensão crescente após o ataque que devastou os celeiros de Kohala. Embora muitos acreditem que a retaliação contra Keoua seja inevitável, ele prefere confiar na possibilidade de diálogo. A confiança nas mulheres de sua corte, sobretudo Ka’ahumanu e Kupuohi, reforça sua visão de que a política deve abrir espaço para a razão em vez da violência. Essa postura o coloca em contraste direto com os conselheiros mais belicistas, que veem a guerra como o único caminho possível. Ao adotar uma nova lei para limitar a violência entre seus súditos, o chefe envia um recado claro: sua liderança será marcada pela tentativa de construir unidade através da justiça e não do medo.
Ka’iana e a sombra dos estrangeiros
O guerreiro Ka’iana se mostra cada vez mais desconfiado das intenções de Keoua e acredita que apostar em negociações é apenas um risco inútil. Seu contato anterior com os europeus, especialmente em Zamboanga, deixou marcas profundas, tornando-o obcecado pelos perigos que a influência estrangeira pode trazer. A convivência com as armas de fogo e o estilo de vida ocidental afasta-o culturalmente de parte da comunidade, que o vê com desconfiança. Ainda assim, Ka’iana guarda um papel decisivo: é o único capaz de compreender de forma clara o impacto que os “peles-pálidas” podem ter sobre o futuro do Havaí. Essa perspectiva o torna indispensável, mesmo quando sua postura colide com a busca pacífica de Kamehameha.
Kupuohi e a voz feminina na política
A conselheira Kupuohi emerge como uma das figuras mais importantes do episódio, reafirmando o peso das mulheres no conselho de Kamehameha. Sua tentativa de dialogar com Keoua nasce tanto de sua origem em Kau quanto de sua crença de que a união entre primos poderia consolidar a profecia de unificação das ilhas. Apesar da firmeza e da coragem, sua proposta é rejeitada de imediato. Keoua, consumido pela obsessão pelo poder, enxerga a guerra como único caminho, reduzindo a chance de qualquer trégua. Mesmo sem sucesso, a atuação de Kupuohi reforça o tom da série ao mostrar que as disputas políticas do Havaí não se limitavam ao campo de batalha, mas também às vozes que desafiavam as estruturas tradicionais de poder.
Keoua e a ambição desmedida
O príncipe Keoua demonstra no episódio que sua busca por poder ultrapassa os limites da diplomacia. Orgulhoso e movido pelo desejo de ser reconhecido como o verdadeiro herdeiro do espírito guerreiro, ele recusa qualquer proposta de conciliação. Seu desprezo pelo diálogo leva-o a buscar uma aliança arriscada com o rei Kahekili, oferecendo fidelidade em troca de homens para enfrentar Kamehameha. Essa decisão, no entanto, mostra-se um passo em falso, já que o aliado escolhido não pretende dividir o poder. Ao se aliar à força errada, Keoua pode ter assinado sua própria sentença de morte.
Kahekili e a política do caos
O rei Kahekili surge como a figura mais imprevisível do episódio. Ainda que aceite a proposta de Keoua, sua real intenção é usá-lo como peça descartável em seus planos de dominação. Para isso, entrega o comando das tropas ao guerreiro Opunui, homem violento e instável, que mais cedo ou mais tarde deverá se voltar contra o próprio Keoua. A estratégia de Kahekili revela sua crença na força do caos como instrumento de governo. Paralelamente, a relação com seu filho, o príncipe Kupule, se deteriora, já que o jovem não aceita os métodos sangrentos do pai, embora não consiga se voltar completamente contra ele.
O presságio da colonização
O capitão Metcalfe chega às ilhas no desfecho do episódio, simbolizando a ameaça externa que paira sobre o futuro do Havaí. Sua presença deixa claro que a disputa pelo poder interno logo será acompanhada por interesses coloniais mais amplos. Diferente dos nativos, ele não busca alianças, mas sim o controle. Nesse contexto, a figura de Ka’iana ganha relevância, já que é o único que compreende de fato a dimensão desse risco. O episódio encerra com a sensação de que o destino do arquipélago não será decidido apenas entre rivais locais, mas também diante da chegada de forças estrangeiras.
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