Black Mirror retorna em grande estilo com seu primeiro episódio sequência: USS Callister: Into Infinity. A produção, que dá continuidade ao universo apresentado na estreia da 4ª temporada em 2017, mergulha mais fundo na ética digital, no livre-arbítrio virtual e nas consequências de brincar de deus com a consciência humana. Sob direção de Toby Haynes e roteiro de Charlie Brooker, Bisha K. Ali, William Bridges e Bekka Bowling, o novo capítulo amplia a saga da tripulação da USS Callister, agora sob o comando da capitã Nanette (Cristin Milioti).
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A capitã Nanette e a nova ameaça no universo virtual
Com Robert Daly (Jesse Plemons) morto desde os eventos do episódio original, a tripulação da USS Callister finalmente se vê livre de seu regime tirânico. No entanto, a liberdade vem acompanhada de um novo dilema: neste novo universo do jogo Infinity, eles podem morrer de verdade. Sem os identificadores de jogador comuns, os clones digitais agora precisam sobreviver como qualquer outro player — caçando créditos e evitando confrontos com usuários do mundo real.
Diante desse cenário hostil, Nanette lidera a busca por uma solução definitiva para garantir a sobrevivência da equipe. A ideia? Acessar o núcleo do jogo — o chamado Coração do Infinito — e construir um universo próprio, isolado, onde possam viver em paz.
A descoberta chocante de Nanette no mundo real
Enquanto a batalha se desenrola no ambiente digital, a verdadeira Nanette — no mundo físico — começa a juntar peças sobre o mistério dos jogadores não identificados que têm causado alvoroço entre os usuários de Infinity. Ao investigar denúncias, ela percebe que sua própria consciência foi clonada por Daly no passado, assim como a de outros colegas da empresa.
A tentativa de denunciar os abusos enfrenta resistência: Walton (Jimmi Simpson), outro executivo envolvido no escândalo, prefere destruir os clones digitais a enfrentar as consequências legais. Durante uma discussão intensa com Nanette, ela é atropelada e entra em coma — uma virada trágica que abre espaço para a reviravolta final.
Bob, o clone de Daly, e o colapso de Infinity
No universo digital, a capitã Nanette chega ao Coração do Infinito, onde encontra Bob — um clone digital de Daly, criado por Walton para manter o jogo funcionando eternamente. À primeira vista mais gentil que o original, Bob oferece uma proposta: ele pode transferir a consciência de Nanette para o corpo de sua contraparte real, que está em estado vegetativo. Mas o plano esconde uma armadilha.
Bob, na verdade, pretende copiar Nanette, mantendo uma versão dela presa com ele. Quando ela percebe a armadilha, os dois entram em confronto. Usando a famosa espada Bargradiana, a capitã o mata, o que aciona um gatilho de autodestruição no sistema. Em uma corrida contra o tempo, Nanette consegue transferir sua consciência para seu corpo físico — escapando do colapso iminente.
Uma nova existência compartilhada
Nanette acorda de seu coma com a consciência da capitã fundida à sua. Diferente do que parece, não se trata de uma substituição, mas de uma fusão entre as duas versões de si mesma. Segundo Charlie Brooker, criador da série, a união representa uma “completude” para a personagem, que no mundo real ainda era insegura, enquanto sua versão virtual se tornou uma líder forte e decidida.
A tripulação da USS Callister, por sua vez, sobrevive, mas agora vive dentro da mente de Nanette. Eles podem ver o mundo real por seus olhos e se comunicar com ela — criando uma nova dinâmica de convivência. Como acordo, eles ganham momentos de privacidade e o direito de assistir à sua série favorita, The Real Housewives of Atlanta, em troca de respeitar os limites da nova morada.
O destino de Walton e o fim definitivo de Infinity
Após a destruição do jogo, todos os jogadores recebem a mesma mensagem: “Fate Content Error 606” — indicando que Infinity foi apagado dos servidores. Enquanto isso, o Walton do mundo real é capturado pelo FBI após três meses foragido. Ele é acusado de diversos crimes, entre eles fraude, abuso de clones digitais e omissão de acidente.
A queda da plataforma marca também o fim da empresa que a mantinha, encerrando um capítulo sombrio na história da tecnologia fictícia da série.
Por que Nanette matou Bob?
A morte de Bob ecoa os abusos de poder do Daly original. Inicialmente apresentado como mais benevolente, o clone não tarda a mostrar tendências igualmente controladoras. Ao tentar silenciar Nanette e prendê-la novamente em um ciclo de submissão, ele repete os erros do passado — sendo punido com a própria destruição.
Sua morte leva ao colapso do Coração do Infinito, pois Bob era o arquiteto digital que sustentava o jogo. Sem ele, todo o sistema se desfaz.
A origem do clonador de DNA e os abusos cometidos
O episódio também aprofunda a história do clonador de DNA usado por Daly. Originalmente criado para experiências adultas, o aparelho permitia a criação de companheiros virtuais baseados em pessoas reais. Seu uso foi proibido, mas tanto Daly quanto Walton o utilizaram de maneira ilegal e imoral — Daly para escravizar seus colegas; Walton, para manter Daly preso em um trabalho eterno.
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Black Mirror é uma série de televisão britânica antológica de ficção científica criada por Charlie Brooker e centrada em temas obscuros e satíricos que examinam a sociedade moderna, particularmente a respeito das consequências imprevistas das novas tecnologias.
A série está disponível na Netflix.
