A série Two and a Half Men encerrou sua trajetória de forma surpreendente ao trazer de volta, ainda que de maneira inusitada, o personagem que a tornou um fenômeno nas primeiras oito temporadas: Charlie Harper. Interpretado por Charlie Sheen, o bon vivant de Malibu teve sua morte anunciada no início da nona temporada após o ator ser desligado da produção por conta de conflitos com o criador Chuck Lorre. Contudo, no episódio final, o roteiro brincou com a própria narrativa da série para oferecer uma despedida recheada de sarcasmo e metalinguagem.
O retorno inesperado de Charlie Harper
Charlie nunca havia morrido, ao contrário do que se acreditava desde que Rose, sua namorada na época, contou que ele havia sido atropelado por um trem em Paris. A verdade revelada no último episódio é que Rose, movida por ciúmes, tentou matá-lo, mas acabou empurrando um bode no lugar do namorado. Desde então, ela o mantinha prisioneiro em seu porão, enquanto todos acreditavam na sua morte.
A revelação acontece quando Alan tenta resgatar os royalties das músicas do irmão e descobre que alguém já havia requisitado os valores. A pessoa? O próprio Charlie, que havia escapado do cativeiro e estava a caminho de casa. Em um momento simbólico, o personagem aparece de costas na porta da antiga residência em Malibu, no mesmo instante em que um helicóptero transporta seu icônico piano de volta.
Jake Harper também reaparece
O episódio final também trouxe de volta Jake Harper, interpretado por Angus T. Jones, que havia deixado a série após críticas públicas ao conteúdo do programa. Jake retorna brevemente após receber US$ 250 mil e uma carta assinada por Charlie, revelando que estava vivo. Ele compartilha com Alan, Walden e Berta que multiplicou o dinheiro em Las Vegas e agora vive no Japão com esposa e filhos. A breve participação serve como uma homenagem ao “meio homem” que batiza o título da série.
Alan, Walden e Berta encerram suas histórias
Enquanto Alan e Walden lidavam com ameaças misteriosas – incluindo bonecos enforcados, mensagens agressivas e vandalismo –, Berta, a irreverente governanta, planejava a aposentadoria. As ameaças se revelam orquestradas por Charlie, ressentido por ter sido esquecido por Alan e pelo fato de seu piano ter sido descartado. Contudo, ao fim, a polícia prende o homem errado: Christian Slater, em uma piada com os erros de identidade típicos da série.
Alan, Walden e Berta terminam o episódio relaxando na varanda, brindando com uísque e charutos. Berta desiste da aposentadoria, convencida de que seu lugar ainda era ali, ao lado dos dois.
Um final metalinguístico com gosto de troco
A sequência final é uma sátira pura: Charlie aparece, finalmente, na porta de casa, mas é esmagado por um piano que cai de um helicóptero. A morte cartunesca do personagem brinca com a própria iconografia do humor pastelão, e ainda serve como alfinetada direta a Charlie Sheen. A cereja no bolo vem com Chuck Lorre, criador da série, aparecendo em cena para dizer o bordão “Winning!”, associado a Sheen na vida real, apenas para ser ele próprio esmagado por outro piano.
Por que Charlie Sheen não participou?
Charlie Sheen estava, inicialmente, em negociações para retornar ao último episódio, mas queria que o desfecho abrisse portas para um novo projeto ao lado de Jon Cryer. Lorre, no entanto, propôs um encerramento satírico, no qual Sheen faria um discurso excêntrico antes de ser morto por um piano – algo que o ator rejeitou. Diante da negativa, a produção recorreu a um dublê para representar Harper nas cenas finais.
A reconciliação entre Sheen e Lorre só aconteceria anos depois, quando o ator aceitou participar de Bookie, série mais recente do criador.
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