A primeira temporada de Seus Amigos e Vizinhos, série original da Apple TV+ estrelada por Jon Hamm, encerra seu ciclo inicial com um episódio final que não apenas desvenda o mistério da morte de Paul, como também redefine completamente a trajetória de seu protagonista, Andrew Cooper. A produção, que mistura drama, suspense e dilemas morais, entrega um desfecho que lança as bases para um segundo ano ainda mais sombrio.
Andrew Cooper escapa da prisão, mas mergulha de vez na criminalidade
Andrew Cooper, personagem central da série, consegue finalmente provar sua inocência em relação à morte de Paul. As acusações são retiradas, ele recupera o apoio da família e até recebe um convite para retornar ao seu antigo trabalho. No entanto, em vez de seguir um caminho mais estável e honesto, Cooper opta por cometer mais um roubo — desta vez, contra seu próprio chefe.
Essa decisão, aparentemente contraditória, revela uma faceta complexa do personagem. Após perder quase tudo, Cooper não só se desprende das amarras sociais que o pressionavam como passa a encontrar prazer e uma sensação de poder em suas atitudes ilícitas. A escolha de continuar no mundo do crime não é apenas prática, mas emocional: ele se sente livre e no controle quando está quebrando regras.
Paul não foi assassinado: entenda a verdade por trás da morte
Um dos grandes arcos de mistério da temporada envolve a morte de Paul. O episódio final esclarece que ele cometeu suicídio. Essa revelação surge quando Cooper e Elena invadem a casa de Sam, sua amante e principal suspeita, e encontram um bilhete escrito por Paul antes de morrer.
A informação desmonta a teoria de assassinato, mas deixa em evidência uma manipulação cruel. Sam, ao descobrir que não receberia o seguro de vida se a morte fosse classificada como suicídio, retornou ao local e disparou duas vezes contra o corpo já sem vida de Paul. A ação tinha o único propósito de simular um homicídio e garantir o dinheiro do seguro.
A armação de Sam e a tentativa de incriminar Cooper
Apesar de inicialmente não ter a intenção de incriminar Cooper, Sam aproveita a situação quando percebe que ele se tornou um alvo fácil. O envolvimento amoroso entre os dois e a presença do DNA de Cooper na cena do crime criaram uma narrativa conveniente para livrá-la de culpa e enriquecer às custas da tragédia.
A motivação de Sam vai além do financeiro. Ela guarda ressentimentos contra homens ricos como Cooper, que representam a vida confortável da qual ela foi excluída. Quando ele rejeita aprofundar o relacionamento, reforça nela o sentimento de inferioridade e revolta, o que alimenta seu desejo de vingança.
O retorno ao trabalho e a reviravolta com o antigo chefe
Apesar de tudo, Cooper recebe de volta a proposta para retornar à empresa da qual havia sido demitido. Bailey Russell, seu ex-chefe, reconhece que o negócio entrou em declínio após sua saída e que clientes importantes sentem falta do contato direto com ele.
Ciente do valor que tem, Cooper impõe suas condições antes de aceitar o retorno, demonstrando que agora domina as negociações e se recusa a ser subjugado novamente. A cena marca uma virada significativa na personalidade do personagem, que não aceita mais a submissão e assume um papel mais assertivo e até ameaçador.
A ameaça a Jules e o novo Cooper que emerge
O momento em que Cooper confronta Jules, mãe de uma aluna que tomou a vaga de sua filha em Princeton, revela a transformação completa do personagem. Ele ameaça expor os esquemas ilegais que ela usou para favorecer a própria filha, mostrando que não está mais disposto a ser passivo diante das injustiças.
Essa postura marca uma ruptura com o Cooper do início da série, um homem fragilizado e submisso. Agora, ele se apresenta como alguém disposto a transgredir para garantir aquilo que acredita ser seu por direito. A comparação com Walter White, de Breaking Bad, é inevitável: Cooper também assume para si a identidade de quem bate à porta.
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